sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A Perfeição Cristã


Recentemente, um leitor manifestou dúvidas quanto a um texto publicado aqui a respeito da heresia do perfeccionismo. O questionamento maior dele tem que ver com uma citação do livro Parábolas de Jesus, de Ellen White. Na página 69, ela afirma que Jesus voltará quando Seu caráter estiver perfeitamente reproduzido em Seu povo. A meu pedido [MB], o bibliotecário Vanderlei Rickendesenvolveu um pouco mais o tema:

Quando Ellen White fala da reprodução perfeita do caráter de Cristo para que Ele possa então voltar, é claro que o texto está falando a verdade. Concordo em grau e número. Ellen White diz também que “imperfeição de caráter é pecado” (Parábolas de Jesus, p. 330) e que “o Senhor requer perfeição de Sua família redimida. Ele exige perfeição na formação do caráter” (SDABC, v. 5, p.1.085). E ainda diz que “a própria imagem de Deus tem de ser reproduzida na humanidade. A honra de Deus, a honra de Cristo, acha-se envolvida no aperfeiçoamento do caráter de Seu povo” (O Desejado de Todas as Nações, p. 671).

O que precisamos entender é que nem sempre o que lemos é exatamente o que julgamos ter entendido. Se eu digo “árvore”, você imagina uma árvore, mas provavelmente não será a mesma árvore que eu imaginei. Uma coisa é o significado da palavra e outra é a significante da palavra. Será que quando Ellen White fala de perfeição de caráter o significante é o mesmo que o seu?

Você deve conhecer o texto dela de 1876, que diz: “Nenhuma partícula de carne entrou em nossa casa desde que você partiu e muito menos antes disso. Algumas vezes temos comido salmão, embora esteja muito caro” (citado em Mensageira do Senhor, p. 315).

No meu entendimento, peixe é carne. Mas, na compreensão de Ellen White, foi feita uma distinção entre a carne de peixe e as outras. Leia os demais exemplos citados no mesmo livro, na página 315, como, por exemplo: “Não usei mais carne de forma alguma... uso peixe quando posso obtê-lo.” É claro que, com isso, não estou querendo dar a entender que o peixe está liberado de forma indiscriminada, pois também existem outros textos sobre o assunto e que devem ser considerados...

O fato é que, se não existissem citações como asapresentadas acima, eu teria uma compreensão diferente daquela que Ellen White teve ao escrever. Portanto, devemos recorrer a vários outros textos relacionados ao mesmo assunto para entender exatamente o que ela quis dizer. Não é exatamente assim que fazemos ao estudar a Bíblia? Por que faremos de modo diferente com os escritos de Ellen White?

Se só houvesse o texto de Parábolas de Jesus, página 69, eu teria a mesma compreensão que você teve, mas, graças a Deus, existem outros textos que nos ajudam a entender o que ela de fato disse.
Veja um texto que fala algo interessante sobre o caráter. Está no livro Caminho a Cristo, na página 57: “O caráter se revela, não por boas ou más ações ocasionais, mas pela tendência das palavras e atos costumeiros.”

Interessante, né? Quer dizer que uma má ação ocasional não significa que o meu caráter não seja perfeito diante de Deus. Isso porque o caráter é revelado não por atos ocasionais e sim pelos que temos a tendênciade praticar.
Mas o diabo ficará bastante animado se você achar que não pode deslizar em nada, nunca, senão Jesus não voltará. Quando falo em deslize, me refiro, por exemplo, até mesmo a pecados por ignorância, que também são pecados. E como fica a perfeição do meu caráter?

O texto que você citou diz: “...o caráter de Cristo se reproduzir perfeitamente em Seu povo.” Você pode entender que isso significa ter o caráter exatamente igual ao caráter de Cristo, mas será isso o que Ellen White tinha a intensão de dizer? Você deve saber que uma reprodução nunca é igual ao original. Imagine eu pintar um quadro igual ao original e querer substituí-lo num museu famoso. Serei preso! É impossível ser perfeitamente igual.

Ellen White escreveu: “[Cristo] é um perfeito e santo exemplo, dado para que o imitemos. Não podemos igualar o modelo, mas não seremos aprovados por Deus se não o copiarmose, segundo a capacidade que Deus tem dado, assemelhá-lo” (Testemunhos Para a Igreja, v.2, p. 549; grifos acrescentados).
Outro texto semelhante: “Jamais podemos igualar o modelo; mas podemos imitá-lo e nos assemelharmos a Ele segundo a nossa capacidade” (Review and Herald, 5 de fevereiro de 1895, p. 81; grifos acrescentados).

Em resumo, é o seguinte: cada um de nós tem uma capacidade concedida por Deus e seremos julgados pelo uso que fizermos ou deixarmos de fazer dessa capacidade individual. A sua pode ser maior do que a minha ou menor. Isso não interessa. Cada um cuide da sua vida, procurando ser o mais semelhante possível a Cristo, o grande Modelo.
Seremos considerados por Deus perfeitos, se estivermos utilizando nossa capacidade máxima individual. E isso só Deus poderá julgar.

Se, por outro lado, você achar que todos devem ser perfeitos como você entende que devem (significante para você), então o diabo conseguirá destruí-lo bem como aos que estiverem próximos de você. Pois você estará sendo uma “mão amiga” de Satanás na obra dele, conforme indica o texto abaixo:
“Enquanto Jesus faz a defesa dos súditos de Sua graça, Satanás acusa-os diante de Deus como transgressores. O grande enganador procurou levá-los ao ceticismo, fazendo-os perder a confiança em Deus, separar-se de Seu amor e violar Sua lei. Agora aponta para o relatório de sua vida, para os defeitos de caráter e dessemelhança com Cristo, que desonraram a seu Redentor, para todos os pecados que ele os tentou a cometer; e por causa disto os reclama como súditos seus.

“Jesus não lhes justifica os pecados, mas apresenta o seu arrependimento e fé, e, reclamando o perdão para eles, ergue as mãos feridas perante o Pai e os santos anjos, dizendo: ‘Conheço-os pelo nome. Gravei-os na palma de Minhas mãos. Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus!’ (Sl 51:17). E ao acusador de Seu povo, declara: ‘O Senhor te repreende, ó Satanás; sim, o Senhor, que escolheu Jerusalém, te repreende; não é este um tição tirado do fogo?’ (Zc 3:2). Cristo vestirá Seus fiéis com Sua própria justiça, para que os possa apresentar a Seu Pai como ‘igreja gloriosa, sem mancha, nem ruga, nem coisa semelhante’ (Ef 5:27). Seus nomes permanecem registrados no livro da vida, e está escrito com relação a eles: ‘Comigo andarão de branco; porquanto são dignos disso’ (Ap 3:4)” (O Grande conflito, p. 484).

Jamais se esqueça de que a Igreja Adventista precisa passar por uma sacudidura e que a sacudidura será ocasionada também pela introdução de heresias (como o perfeccionismo, por exemplo, que mais atrapalha a reforma verdadeira do que ajuda) e pela perseguição. Daí, sim, a IASD estará reproduzindo perfeitamente o caráter de Cristo.

Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 08 – 1º Trimestre 2012


Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 08 – 1º Trimestre 2012
(11 a 18 de fevereiro)

Comentário: Gilberto G. Theiss

SÁBADO, 18 DE FEVEREIRO
 Cuidando da Criação
(Gn 2:15)

            Embora a Terra, futuramente, seja destruída pelo fogo eterno, o princípio de manutenção da Terra e da natureza é claro na Escritura. Ao olhar para os animais, as flores, o mar, as cachoeiras, enfim, para toda a natureza, percebemos que, ela sem o homem não teria sentido de existir. Ela foi criada para servir a humanidade, e consequentemente, o mesmo foi criado também para manter a natureza em seu perfeito estado. Infelizmente o pecado desvirtuou todo este exercício e a natureza geme pela maldade causada pelo ser humano. Todos os que se intitulam cristãos, deveriam dar exemplo, cuidando, protegendo e zelando pela natureza. É difícil imaginar que alguém ainda seja levado para o Céu quando, aqui na terra, fez pouco caso do cuidado e proteção à natureza. Deus nos fez mordomos neste mundo e confiou-nos todas as coisas aqui existentes. É inegável que, certamente os que destroem a terra também serão destruídos no juízo (Ap 7). Creio que Deus não levará para a eternidade homens e mulheres que não tenham um mínimo de compaixão pelos animais ou por uma simples e singela flor. Não há nada de estranho nisto, o que há de estranho é alguém se intitular cristão quando não consegue fazer nem o que é mais fácil, zelar, proteger e cuidar das coisas que Deus trouxe a existência para nossa própria subsistência.
 DOMINGO, 19 DE FEVEREIRO
Movimento de libertação da lagosta
(2Pe 3:10-14; Is 51:6; 65:17; Ap 21:1)

            A história da libertação das lagostas (ver lição), é interessante e pode soar como um ato de extremismo. Mas, o que dizer dos pobres animais que dia a dia são levados para o matadouro?  O que dizer das milhares de galinhas, bois, vacas e outros animais indefesos que são mutilados, maltratados e assassinados simplesmente para alimentar o paladar pervertido de muitos? A minha maneira de expressar pode soar um tanto forte, mas, forte não seria a insanidade e crueldade oferecida sem sorte aos animais? E se você tivesse vindo à existência, não como um ser humano, mas como um desses pobres animais? Se, como animal, pudesse dizer algo, o que diria? A verdade é que, muitos dos que comem carne não apreciam serem advertidos ou repreendidos quanto a este fato. Infelizmente, o egoísmo pela satisfação do paladar é tamanho que não se importam se os animais vieram à existência para um propósito belo da parte de Deus ou não. Não penso que estou levando esta questão para o extremo, aliás, para mim, extremo é viver como estimulador para a matança dos animais, especialmente quando, como cristãos criacionistas, deveríamos dar exemplo de proteção, cuidado e manutenção da criação. Não nos esqueçamos de que a natureza não é apenas as árvores, flores e as belas cachoeiras. Os animais fazem parte da natureza que Deus projetou em Seu coração e materializou com Sua poderosa Palavra: “Haja”.
            Deveríamos ser testemunhas não apenas na moral, mas no cuidado outorgado por Deus no Éden para Adão e sua geração: “cultivai”. Salomão escreveu que “O justo zela pela vida dos animais, enquanto que os ímpios lhes trazem sofrimento” (Pv 12:10). Portanto, o papel de sofrimento aos animais é feito pelos ímpios e não pelos justos.
            Um dia Deus restabelecerá as coisas trazendo-as ao seu estado original. Todas as coisas serão renovadas. Mas, de qualquer forma, enquanto este dia não chegar, devemos dar exemplo de manutenção e cuidado das coisas criadas por Deus. O mesmo interesse que tivermos na preservação e proteção do que Deus criou aqui na Terra, será o mesmo interesse manifestado no Céu. Portanto, pense nisso...
           
SEGUNDA, 20 DE FEVEREIRO
Declaração sobre o cuidado da criação
 (Gn 1:1, 26; 9:7; Sl 24:1; 100; Tg 5:1,2,4,5; Hb 1:3)

      Por causa do pecado, o caos e a desordem tomaram conta do nosso planeta. Se antes do pecado Adão havia recebido a missão de cuidar, zelar e proteger a natureza, quem dirá então depois do pecado? Em nossos dias a situação caótica do desmatamento, a matança desenfreada aos animais, a destruição do ecossistema, da camada de ozônio e a contaminação das águas, são motivos muito profundos para que o povo de Deus abrace com força a missão do dever de lutar pela conservação da natureza uma vez outorgado a Adão. A igreja adventista do sétimo dia entende bem este propósito e o define muito bem através de seus votos e princípios que envolvem este fator. Todos que se intitulam cristãos possuem o dever de fazer o melhor possível para proteger a criação de Deus. Aqueles que assim não o fazem estão dando testemunho contrário ao real propósito estabelecido pelo Criador. Um dia a Terra será restaurada completamente, mas é propósito de Deus que em nosso coração esteja bem fundamentado o desejo de zelar pelo que ainda temos, ou seja, daquilo que ainda nos restou. Somos mordomos de Deus, pois foi-nos concedido o privilégio de sermos administradores das coisas de Deus nesta Terra. Cristão que não assumem este privilégio em sua vida como um todo, poderiam, no céu, assumir algo semelhante? Creio que não, pois é aqui que temos a oportunidade de desenvolver esta virtude para poder exercê-la também no céu. Pense nisso...
                       
TERÇA, 21 DE FEVEREIRO
Cuidando da criação
(Mt 22:37-40; Gn 2:15)

            Observe bem este fato, aquele que tiver amor por uma simples formiga, terá amor transbordante por qualquer outra coisa mais. Parece um tanto estranho ter amor por uma formiga, mas, só conseguiremos demonstrar amor pelas coisas ou pessoas que realmente são muito importantes quando conseguirmos demonstrar piedade, compaixão e amor pelas coisas mais simples da vida. Uma formiga pode ser simples demais para demandar de nós tal afeição, mas, quem não conseguir sentir piedade por um simples inseto, dificilmente sentirá por algo que seja de maior valor. Talvez este seja um bom termômetro para avaliarmos melhor nossa dimensão de cuidado, interesse e afeição pelas pessoas. Aquele que consegue sentir piedade por uma flor, ou por um inseto, ou por qualquer outra coisa que transpareça ser de valor pequeno e insignificante, com certeza sentirá profundamente compaixão por seres humanos. Este é um bom exercício para a vida espiritual e para o coração que precisa ser regenerado. Talvez Deus tenha este propósito, o de nos sensibilizar nas pequenas coisas para sermos sensíveis nas grandes. O cuidado pela ecologia pode não ser manifestado objetivamente nas Escrituras, mas o é de maneira subjetiva. Se um inseto como a formiga ou uma pequena flor não fosse importante suficiente para termos interesse por sua vida e manutenção, com certeza Deus não os teria criado.

QUARTA, 22 DE FEVEREIRO
Sábado e meio ambiente
(Pv 27:20; Êx 20:8-11; Ne 13:16-19)

             Os defensores do domingo na chamada coalisão cristão nos EUA utilizam, entre tantos argumentos para a legislação dominical, o argumento da restauração ambiental do planeta. Sugerem que se os veículos, as fábricas com suas chaminés e qualquer outro tipo de trabalho que contribua para massificar a poluição do planeta parassem em um dia da semana, neste caso o domingo, quantos danos poderiam ser reduzidos em todo o planeta? A política para a proteção do meio ambiente é, sem dúvida, excelente e atende algumas das necessidades, mas, o que neste caso está em jogo seria qual o dia da semana que a lei dos homens favoreceria. Se não favorecer o verdadeiro dia do Senhor, mesmo as boas intenções perdem seu determinado valor. No entanto, o sábado em nossos dias deve desempenhar este nobre papel. O sábado é símbolo da criação porque Deus terminou sua obra e descansou neste dia. O sábado também é o símbolo da recriação porque Jesus, após concluir sua obra de redenção, em sua morte descansou neste mesmo dia. Assim o dia do Senhor, o sábado, se tornou o link que nos liga ao ato da criação e ao ato da recriação. Como adventistas devemos participar com Deus na obra da recriação, pois o sábado deve representar este nobre marco na vida dos que seguem a verdade. Plantar árvores, cuidar dos animais, preservar ao máximo o ambiente das impurezas e lixos, chamar a atenção da sociedade para o meio ambiente deve ser, além de meras atitudes, também um estilo de vida dos adventistas. O vegetarianismo é um bom exemplo de preservação ambiental. Àqueles que preferem um regime no mínimo ovo-lacto-vegetariano estão contribuindo massivamente para a preservação, não somente dos animais, mas também do meio ambiente como um todo. O sábado, por ser o símbolo da criação é ao mesmo tempo se torna o símbolo da recriação e conservação e todos que guardam este dia com propósitos espirituais, naturalmente manifestarão este propósito em suas vidas.

QUINTA E SEXTA 23 e 24 FEVEREIRO
O domínio da humanidade
(Gn 1:28)

            Gênesis 1:28 sugere que o homem deve encher a Terra e o verbo no hebraico pode significar literalmente que o homem deve completar a Terra. Bom, completar é bem diferente de destruir ou sugar tudo o que contém nela. O domínio sobre a Terra e sua natureza parte do pressuposto da sujeição plena a Deus. Se não houver esta sujeição não haverá complementação. A destruição e o proveito inconsequente da Terra pelo homem é uma das evidências de sua distância e insubmissão a Deus. O amor profundo e genuíno ao Senhor acima de tudo, é capaz de tornar o homem também apaixonado por sua criação. O homem temente a Deus observa o encanto e a beleza do meio ambiente e em seu coração fremirá o desejo de preservar ao máximo os propósitos originais desta vasta criação. Não olhará mais com desdém buscando apenas tirar proveito deixando para trás os bagaços do que sobrou. Uma vez que o caráter de Deus deve ser impresso em nossa vida, o domínio que devemos ou deveríamos exercer sobre a Terra deveria demonstrar estes valores. Arrisco-me a dizer que, o homem verdadeiramente convertido não trará mais sofrimento à natureza de Deus. Pelo contrário, buscará fazer o melhor para conservá-la dando devido testemunho a este favor. Deus espera de nós este tipo de virtude. A ordem dada no Éden para cuidar da natureza ecoa até aos nossos dias para alcançar os corações verdadeiramente convertidos. Pense nisso...
           
Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como constam no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 07 – 1º Trimestre 2012


Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 07 – 1º Trimestre 2012
(11 a 18 de fevereiro)

Comentário: Gilberto G. Theiss

SÁBADO, 11 DE FEVEREIRO
 Senhor do Sábado
(Mc 2:28)

“O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado; de sorte que o filho do homem é Senhor também do sábado” (Mc 2:28).
            Alguns fazem uso deste verso para afirmar que o sábado foi abolido por Cristo. Como conseguem enxergar isto neste verso, é uma boa pergunta que exige uma boa resposta. Observe que, Deus fez a igreja por causa do homem, e não o homem por causa da igreja. Isto significa que a igreja não é mais necessária? Deus fez a santa ceia por causa do homem, e não o homem por causa da santa ceia. Isto significa que a santa ceia não é mais necessária? Deus fez a Bíblia por causa do homem, e não o homem por causa da Bíblia. Isto significa que a Bíblia deve ser ignorada? Também, Deus fez a mulher por causa do homem, e não o homem por causa da mulher, e com certeza, qualquer evangélico há de concordar comigo que, não dá pra ficar sem ela!
            Na verdade, se fizermos um paralelo deste verso com Apocalipse 1:10, “ Senhor do sábado”(Mc 2:28); “dia do Senhor” (Ap 1:10), perceberemos que não se trata de nenhuma ordem de mudança, mas, uma confirmação de que o dia do Senhor jamais fora mudado como pretende alguns. Se Jesus é o Senhor do sábado, resta-nos ter em mente uma única lógica, o dia do Senhor predito em Apocalipse 1:10 só pode ser o sábado.
            O sábado, não é um dia comum, pois foi neste dia que Deus pretendeu registrar Seu ato criativo. No sábado, estão inseridas as marcas do poder de Deus demonstrado naquela primeira contagem de tempo semanal neste planeta. João 1:3 nos ensina que Jesus foi o autor e consumador de toda a criação, portanto, isto significa que, o sábado fazia e faz parte de Seu projeto arquitetônico uni-planetário. Mais do que isso, o sábado é o símbolo de nossa própria existência. Pensei nisso!
           
DOMINGO, 12 DE FEVEREIRO
O sábado em Gênesis
(Gn 2:1-3

            Indiscutivelmente, a raiz do sábado semanal está fundamentalmente estabelecido no Éden. Mas qual seria o valor desta verdade? O valor desta verdade é que, foi no Éden que todas as coisas importantes surgiram. O homem, a mulher, os animais, a natureza, as leis que governam nosso mundo, o tempo, o ciclo diária e semanal, e enfim, a santificação do sábado. Todos os dias são do Senhor, mas, para espanto dos oponentes, somente o sábado recebeu a credencial de dia santo. O sábado foi separado pelo próprio Criador para ser um dia especial. O sábado se tornou um templo no tempo, e todos, mesmo dentre os pagãos e incrédulos, por mais que não aceitem a verdade do sábado claramente expressa na Escritura, adentrariam neste dia em todo o sétimo dia da semana. É possível rejeitar o sábado como dia de descanso espiritual e de adoração ao Criador, mas é impossível não entrar em suas horas de ação. Todos, independente de quem sejam, todos estão subordinados ao tempo sabático, e todo sétimo dia são alcançados por ele. Temos que ter em mente que, os adventistas não adoram o sábado. Na verdade eles adoram o Criador do sábado. Os adventistas não rendem louvores para o sábado e muito menos se ajoelham ou oram para o sábado. Os louvores, o ato de curvar-se e a oração são dirigidos em adoração unicamente para o Deus que estabeleceu os fundamentos da terra e que, com Sua vida nos oferece libertação do pecado. O sábado é apenas uma clara indicação que existe um Ser que merece nosso louvor e nossa adoração. Este dia nos faz lembrar que, um dia viemos à existência graças ao amor do Onipotente. Quando adentramos nas horas sagradas do sábado, para àqueles que compreendem esta verdade, é impossível não ter esta sublime verdade na mente e no coração. Por este motivo, outorgado e ordenado por Deus, separamos este dia para demonstrar gratidão ao Senhor. O sábado não é meramente um símbolo da criação, é especificamente o símbolo da minha e da sua existência. Isto não deveria ser significante?

SEGUNDA, 13 DE FEVEREIRO
O sábado em Êxodo
 (Êx 20:8-11)

      O decreto imperial confirma o mandamento que havia sido estabelecido gerações anteriores. O sábado, como memorial de toda a vasta criação, agora é também o sinal de livramento do povo de Israel. Deus os havia libertado do cativeiro para serem livres. Esta liberdade incluía a independência para adorar, não os ídolos falsos do Egito, mas o Deus verdadeiro. O sábado era um ícone neste transcurso de adoração e se tornara um elo de religação da verdadeira e nobre teologia de Israel.
      O sábado, também era um forte apelo contra a desigualdade. No Egito, o povo havia aprendido hierarquias  escravatórias, mas, agora, o mandamento sabático ensinava que, todos deveriam ser considerados iguais perante Deus e a sociedade. Mesmo os animais, deveriam ser tratados dignamente. Embora isto esteja apenas explícito subjetivamente, não devemos nos esquecer que, a subjetividade também apresenta verdades importantes para a vida. Claro que, a lição mais centrada do mandamento era exatamente o retorno à adoração verdadeira focada em YHWH. “Eu sou o Senhor que tirei da terra do Egito, da casa da servidão” (Êx 20:2), foi o princípio da declaração da introdução dos dez mandamentos. Portanto, assim como todos os demais mandamentos, a base está da libertação do cativeiro, e o sábado se tornara um sinal deste livramento. Em nossos dias, o sábado continua mantendo todos estes valores, pois Deus continua essencialmente nos libertando do Egito espiritual de nosso século – o mundo – para nos convidar a sermos Seus adoradores. A mensagem de Apocalipse 14:7 é clara: “Adorai Aquele que fez”, um convite a todos de nossa geração para abandonar a babilônia espiritual (Ap 18:4) para sermos seus filhos adorando-o não somente em espírito, mas também em verdade.
                       
TERÇA, 14 DE FEVEREIRO
O sábado em Deuteronômio
(Dt 5:12-15; Êx 20:8-11)

            O sábado entra em cena no livro de Êxodo, não como um mandamento novo, mas, como o mandamento esquecido. Lembra-te, é a forma como Deus inicia Seu discurso. A escravidão tão prolongada no Egito cauterizou a mente dos israelitas impedindo-os de conservar os valores, princípios e mandamentos aprendidos anteriormente. No livro de Deuteronômio, novamente encontramos o mandamento sabático. O povo, mais uma vez, ouvi em claros sons a ordem para que guardassem o dia sagrado. No entanto, enquanto em Êxodo o mandamento apelava para que se lembrassem do mandamento, agora em Deuteronômio, o povo é convidado a se lembrarem dos que se encontravam das portas para dentro de suas casas. Deus pretendia que o direito de adoração ao Senhor fosse estendido a todos, inclusive aos servos da casa. Assim como o povo daquela época, nós também cometemos o erro de impor um fardo de trabalho em pleno dia do Senhor nos ombros dos que estão sobre nossa tutela ou responsabilidade. O mundo de maneira geral, especialmente muitas das empresas espalhadas pelo mundo, com vista ao lucro excessivo, acabam forçando seus funcionários a trabalharem além das horas extras, e muitas das vezes nas horas dos fins de semana, roubando-lhes o direito de estar com suas famílias. Esta é uma das razões que muitos dominguistas Europeus e americanos tem lutado pelo descanso dominical obrigatório. Embora a iniciativa e a causa sejam boas, o dia de descanso não é de fato o dia de descanso estabelecido pelo criador. De qualquer forma, esta lição serve para o povo de Deus da atualidade para que não impeça que seus concidadãos e funcionários adorem a Deus da mesma forma e direito que tem desfrutado.

QUARTA, 15 DE FEVEREIRO
Jesus e Seu sábado: Parte 1
(Mt 12:1-13)

             Algumas expressões são importantes para entender o ensino de Jesus e a permanência do sábado. A primeira delas está no verso 6, que diz: “Pois eu vos digo que, está aqui quem é maior que o templo”. Alguns utilizam esta afirmação para dizer que Jesus aboliu o sábado, quando na verdade o texto não faz nenhuma alusão a tal conclusão. Se por acaso, a citação dissesse que aqui está quem é maior que o sábado, neste caso, poderíamos dizer que Jesus estava invalidando o dia sagrado. Outra citação é a do verso 8, que diz: “Porque o filho do homem, até do sábado é Senhor”. Esta afirmação não provoca o abolimento do sábado, ao contrário, o torna mais válido ainda, pois, segundo o profeta João, o Senhor possui um dia (Ap 1:10), e este dia segundo Mateus 12:8 só pode ser o sábado. Um contexto ligado ao texto trás maior luz sobre suas verdades. No entanto, o verso chave de nossa lição de hoje para confirmar o não abolimento do sábado é a poderosa declaração de Jesus no verso 12, que diz: “É por consequência, lícito fazer o bem nos sábados”. Observe que, se é lícito fazer o bem nos sábados, isto significa que existem coisas ilícitas de se fazer neste dia! Entendeu? O que, na verdade Jesus estava enfrentando era o legalismo desenfreado dos Judeus e os costumes que eles inventaram para sobrecarregar os povos na observância do sábado. Jesus guardou a lei, mas não guardou as tradições farisaicas e legalistas que eles inventavam. Muitos dos judeus e líderes religiosos daquela época eram tão hipócritas que, estavam dispostos a salvar um animal se caísse no buraco no sábado, mas o mesmo tratamento não era comum para salvar um ser humano no sábado. Por isto, a regra é clara, “é lícito fazer o bem no sábado”. Aliás, que sentido teria se este dia chamado de sagrado não pudesse praticar o bem?

QUINTA E SEXTA 16 e 17 de FEVEREIRO
Jesus e Seu sábado: Parte 2
(Jo 19:30; Mt 27:57-28:1; Mc 15:42-16:1; Lc 23:52-24:1; Jo 19:31-20:1)

            João capítulo 1 apresenta uma bonita descrição teológica da criação como resultado da operosidade de Cristo. Jesus criou todas as coisas em sete dias. Todas as coisas foram boas, mas, quando criou o homem e a mulher, disse que era muito bom. E assim, para dar exemplo, descansou no sábado conforme o mandamento. Infelizmente o pecado entra no mundo e o caráter de Deus é manchado na natureza e principalmente no homem. O mesmo Deus que havia criado todas as coisas, agora se veste de humanidade para manifestar a glória do Pai (Jo 1:14). Jesus, após cumprir Sua sublime missão neste planeta, dá Seu último suspiro, e com voz de aparente derrota pronuncia as palavras “Está consumado”. Agora, nas últimas horas do dia da preparação, Cristo, mesmo em Sua morte, descansa no sábado conforme o mandamento. Da sexta feira até o domingo, o sábado foi o único dia em que Jesus permaneceu no profundo sono durante todo o ciclo de 24 horas. Ao terminar o sábado, logo de madrugada, um poderoso anjo do Senhor surge com a missão de ser o porta voz da ressurreição de Seu mestre. O mais chocante nesta história é que, Jesus não violou o sábado em Sua vida (Lc 4:16), e, como visto, muito menos em Sua morte. O descanso na sepultura em pleno sábado pode ser a mais poderosa indicação que, o sábado ainda permanece sendo o legítimo, único e verdadeiro dia do Senhor.
           
Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como constam no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 06 – 1º Trimestre 2012


Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 06 – 1º Trimestre 2012
(4 a 11 de fevereiro)

Comentário: Gilberto G. Theiss

SÁBADO, 04 DE FEVEREIRO
                                                         Deus, o legislador
(Is 33:22)

            Antes do pecado, havia plena harmonia em todo o universo de Deus. Nada podia criar obstáculos à felicidade dos seres espalhados pelo vasto multiverso de Deus. As leis divinas, obedecidas e respeitadas, delimitavam o espaço que conservava a verdadeira liberdade. No entanto, Lúcifer, a criatura mais majestosa do universo, intentou em seu coração se rebelar contra esta lei. Sob o disfarce de uma suposta bondade, "Satanás fizera com que parecesse estar ele procurando promover o bem do Universo" (PP, 42). Infelizmente, "sua elevada posição (de Lúcifer), tão intimamente ligada com o governo divino, dava maior força a suas [falsas] representações" (PP, 41). Felizmente, nem todos os anjos aceitaram suas observações. "Os anjos que ele não pôde trazer completamente para o seu lado, acusou-os de indiferença aos interesses celestiais" (PP, 41). Interessante que, "enquanto todos os seres reconheceram a lealdade pelo amor, houve perfeita harmonia por todo o Universo de Deus" (PP, 35). O anjo rebelde conseguiu plantar a semente da desconfiança e discórdia no coração da terça parte do exército de Deus. Assim, arruinaria não somente sua vida, mas as deste nobres anjos também. Compeliu-os a rejeitarem a lei divina, sugerindo-a como uma clara demonstração de um governo arbitrário e ditador. Acusando a lei do céu, Lúcifer atacou o próprio caráter de Deus, pois seus reclamos eram uma percepção infalível de Sua própria pessoa. Estas acusações permanecem até aos dias de hoje, Satanás revela duas mentiras capciosas, sendo a 1º que a lei de Deus é um julgo de um Deus tirano e dominador; e 2º que é impossível guardar a lei. Com certeza que, Deus não daria uma lei que não pudesse ser guardada. O legislador declara explicitamente que “porque este é o amor de Deus, que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados” (1 Jo 5:3).

DOMINGO, 05 DE FEVEREIRO
A lei no Sinai
(Êx 19:18-19; 20:18; Dt 5:22; Hb 12:21)

            Interessante notar que, preocupado com a dureza de coração do povo e com a falta de sensibilidade para perceberem os seus pecados, Deus se apresentou naquele monte para escrever Suas leis em condições amedrontadoras. O povo ficou apavorado diante do decreto imperial que fez o monte fumegar e a terra tremer. A forte voz e os trovões e relâmpagos fizeram com que o povo adquirisse profunda impressão do que significava o pecado. Logo depois o povo é posto sob duras provas ao terem que sacrificar animais inocentes e indefesos para serem punidos pelos seus pecados. Todo esse sistema tinha por objetivo criar no coração do povo a mais profunda convicção da asquerosidade e malignidade do pecado. Infelizmente, em nossos dias, alguns parecem ser mais simpatizantes, advogados e verdadeiros apologetas a favor do pecado do que contra. Muitos casos sérios são passados por alto e uma suposta compaixão tem levado muitos à perdição. A disciplina, se praticada da forma correta, trará benefícios inigualáveis ao coração errante. No entanto, sua ausência pode preparar os errantes a sempre permanecerem no mesmo erro, além de se entregarem a outros. Líderes que pretendem demonstrar verdadeira compaixão, deve, em casos especiais e com orientação do manual da igreja, efetuar a disciplina para que o errante entenda a malignidade de seu erro. Passar a mão na cabeça não revela compaixão e amor, mas indisposição de enfrentar o problema e mostrar a outrem que o erro praticado demanda profunda reflexão e reconhecimento da gravidade do pecado.
            A lei no Sinai foi dada por Deus e não possuía poder salvífico. A salvação era apenas mediante o cordeiro que, mais tarde, seria sacrificado. A lei de Deus era para mostrar e identificar os pecados que precisavam ser remediados. Arrependimento sincero e genuíno eram necessários para tal culpa e erro serem perdoados mediante o sacrifício do cordeiro. Sem a mais profunda convicção do erro, jamais haverá arrependimento genuíno.

SEGUNDA, 06 DE FEVEREIRO
A lei antes do Sinai
 (Jó 24:14-15; Gn 26:4,5)

      Claramente a Bíblia nos ensina que o pecado é a transgressão da lei (1Jo 3:4), e  sem lei não há conhecimento do pecado (Rm 3:20). O pecado não surgiu após o Sinai, mas bem antes dele – no Éden. A lei estabelecida no Éden proibia nossos primeiros pais de comerem do fruto denominado “conhecimento do bem e do mal”. Quando comeram deste fruto, ali cometeram o primeiro ato da transgressão. Após o pecado, a lei de Deus se adaptou às necessidades previstas e estabelecidas pela primeira transgressão. A lei não era mais a proibição do fruto, mas uma extensão da possível iniquidade que surgiria em consequência desta. Os dez mandamentos foram postos, possivelmente, oralmente a todos que surgiram após o pecado. Provavelmente Adão e sua família foram orientados quanto à essência destas leis, pois Caim sabia que seu ato contra o irmão era uma violação ou pecado (Gn 4). Abraão, assim como outros patriarcas, também guardou todas as leis dadas por Deus (Gn 26:5). Portanto, não há dúvidas da existência da lei antes do Sinai. A diferença é que, foi ali no Sinai que, possivelmente os dez mandamentos foram escritos pela primeira vez. Mas, antes disso, embora não escrito, foi passado de geração após geração e todos os que temiam e amavam a Deus buscavam obedecer o Seu mandado. A lei sempre existiu e o decreto imperial realizado no monte Sinai era apenas uma evidência da lei que o povo de Israel havia se esquecido durante os 400 anos de escravidão no Egito.
                       
TERÇA, 07 DE FEVEREIRO
O sábado antes do Sinai
(Gn 2:1-3; Êx 5:5; 16:4-30)

            O sábado assim como o restante da lei foi dado muito antes do Sinai. Gênesis 2:1-3 apresenta o sábado como resultado da criação e um marco para a liturgia que oferecemos a Deus. O sábado não é um mero dia da semana, mas um símbolo da nossa própria existência. Quando descansamos neste dia e o oferecemos a Deus, ao mesmo tempo em que adoramos Aquele que fez (Ap 14:6-7), também reconhecemos com indizível assombro a razão do porque que estamos aqui. Nossa existência pode melhor ser compreendida através do marco estabelecido para que jamais nos esqueçamos de onde viemos – de Deus. Embora não tenha sido promulgado através de um decreto imperial como foi o caso específico do monte Sinai, o sábado foi ensinado e guardado por muitas gerações anteriores. O próprio Deus deu exemplo descansando neste dia (Gn 2:2), e embora a Bíblia não diga, provavelmente Adão e Eva partilharam deste descanso. Outro poderoso exemplo a favor da guarda do sábado antes do Sinai podemos encontrar em Êxodo 16. Se Deus não tinha nenhuma intensão que eles guardassem o sábado como um mandamento, por que então insistiu teimosamente com Israel por 40 anos? Que lição havia em uma insistência tão duradoura da guarda a um dia da semana? Se fosse somente para Israel a separação deste dia, por que Deus convidava os estrangeiros para serem Seu povo sob a condição da guarda do sábado (Is 56:6)? Como o sábado poderia ser do judeu quando a Bíblia nos ensina que era de Deus (Êx 20:10)?  Claramente o mandamento sabático foi exaustivamente ensinado antes do Sinai. E só existe uma maneira de não o ser, ignorando esses claros ensinamentos.

QUARTA, 08 DE FEVEREIRO
A lei e os profetas
(Is 48:17,18; Sl 119:97-103; Jr 31:33)

             A lei dos homens pode ser um fardo e até algumas vezes sem significado. No entanto, a lei de Deus não pode ser tratada da mesma maneira. Os princípios, valores, doutrinas e leis que são proferidas por Deus, são um reflexo da bondade, amor e misericórdia dEle. Àqueles que assim compreendem, olham para a lei de Deus não como um fardo, mas, com reverência e bênção. Balaão antes de induzir os jovens de Israel a visitarem as festas de Moabe, havia dito ao rei dos pagãos que a única maneira de vencer Israel era leva-los à desobediência. A única forma de o povo de Deus perder o escudo protetor que os envolvia era deixar de servi-lo. Isto, na certa, traria ruína à nação eleita de Deus. Seguindo as sugestões de Balaão, os jovens soldados de Israel se aventuraram no pecado nas quermesses de Moabe. Diz a escritura que naquele dia foram 24 mil jovens israelitas mortos (Nm 25:9).
A lição é simples, a lei de Deus, quando obedecida, nos protege das calamidades do pecado. Sob a bênção da proteção de Deus, seguindo suas orientações, permaneceremos livres das ameaças que o pecado e suas consequências poderão trazer sobre nós. Deus não pode nos abençoar quando vivemos de maneira inconsequente. Ele somente poderá nos proteger quando aceitamos viver sob Sua orientação e cuidado. A lei e os profetas foram levantados por Deus para serem como um mapa ou bússola de orientação. A vida como um todo, está cheio de minas repletas de bombas e areias movediças. Ouvindo o conselho dos profetas e atendendo as leis de Deus, caminharemos seguramente desviando-nos das minas e das areias movediças. Por isto que a lei de Deus é amada por muitos, pois, por trás dela está o amor, bondade e misericórdia do Senhor.

QUINTA E SEXTA 9 e 10 de FEVEREIRO
A lei na nova aliança
(Hb 8:10; 10:16; Rm 13:8-10; Gl 5:14; Tg2:8; 1 Jo 5:2,3)
            Satanás trabalhou arduamente contra a lei de Deus no céu apresentando-a como um fardo aos anjos. Com base em 1º João 3:4, se Satanás pecou, é lógico imaginar que ele transgrediu a lei no Céu. Não somente ele, mas, acarretou desgraça a muitos anjos induzindo-os à transgressão. Na terra continuou sua ferrenha luta contra Deus anulando o valor de Sua lei. Insinuou que a lei não poderia ser observada por Adão e Eva e tratou de tentar provar que seus argumentos eram muito bem fundamentados. Quando Adão e Eva pecaram, aparentemente o anjo caído provou que seus argumentos pareciam estar repletos de razão. Durante sua jornada de guerra contra o Céu, pretendeu ao longo de todos estes anos continuar evidenciando que Deus havia promulgado sobre os seres uma lei ferrenha, sem sentido e privatória. Afirmava que a lei de Deus privava os seres criados da verdadeira liberdade que poderiam desfrutar. Assim, sobre o pretenso desejo de melhorar o governo de Deus, insinuou veladamente que Deus estava sendo um tirano ditador. Jesus, em Sua vida e morte, fez a justiça e a misericórdia se abraçarem, e com isto a lei pode ser exaltada diante do universo (Is 42:21), assim também como todos os que seguissem os seus caminhos. Através de Sua vida, provou que a lei podia ter sido observada tantos pelos anjos quanto por Adão e Eva. Também provou que, pelo poder regenerador do Espírito Santo, pode também imprimir as marcas da obediência em nós. Infelizmente, hoje, Satanás conseguiu encontrar brechas mesmo dentre os cristãos para levantar uma bandeira sórdida contra a lei de Deus. Os mesmos argumentos levantados contra a lei por Satanás, são os mesmos argumentos levantados por diversos cristãos da atualidade. No entanto, mesmo sob os assaltos do anjo rebelde, a lei na nova aliança extravasou as tábuas de pedra da antiga aliança para ser escrita nas tábuas de carne do coração humano mediante a oferta de Cristo e a ação do Seu Espírito em nós. Lembre-se que, os pagãos ofereciam suas ofertas e sacrifícios aos seus deuses, mas na nova aliança, é Deus quem oferece o sacrifício (Gn 3:21), enquanto que nós retribuímos com a nossa entrega total a Ele por gratidão e louvores de amor.
           
Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como constam no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br

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