domingo, 29 de abril de 2012

HISTÓRIA: Síntese da origem do Adventismo no mundo e sua formação Doutrinária. 168 anos de existência


Mudanças radicais ocorreram no final do século dezoito e início do século dezenove. Muitas mudanças de cunho político, social e religioso deram uma nova abertura ao período que abrangeu o início do século dezenove. Mudanças tais que proporciaram a alavancada do movimento adventista sabatista. A revolução americana, francesa e a intensificação do período de liberdade e democracia contribuíram para que o movimento tivesse liberdade de florescer livremente, o que não ocorreria caso o movimento tivesse surgido no período medieval e moderno com as inquisições, cruzadas e intolerâncias religiosas.

O milerismo começou com um homem chamado Guilherme Miller, fazendeiro não muito comum, era o mais velho entre 15 irmãos. Por sua curiosidade e sede pelo conhecimento desenvolveu um conhecimento básico da Bíblia e através de muita leitura, desenvolveu também um bom conhecimento da história secular. Em sua jornada de estudos da Bíblia, ao perceber que os comentaristas bíblicos se diferiam largamente entre si, decidiu usar somente a “Bíblia e uma Concordância de Cruden”, e permitir que a Bíblia sozinha fosse sua própria intérprete. Guilherme Miller estudou verso por verso da Escritura partindo de Gênesis e terminando em Apocalipse, com o objetivo de, cuidadosamente, fundamentar satisfatóriamente suas interpretações. Seu parcial conhecimento de história o ajudou a compreender melhor as profecias de Daniel, podendo contribuir com muitas das interpretações que apontavam para os últimos eventos e para a segunda vinda de Cristo. 

As primeiras mensagens que Miller pregou incluíam os sinais da segunda vinda, o dia escuro de 19 de maio de 1780, o miraculoso sinal da queda das estrelas em 13 de novembro de 1833 e posteriormente a profecia das 2300 tardes e manhãs. Daniel 8:14 foi o principal ponto da esperança escatológica de Miller e de seus ouvintes mais próximos. Com base neste verso, os mileritas trataram extensivamente do santuário, das 2300 tardes e manhãs e da purificação do santuário. Os estudos e as interpretações feitas por Miller levou-o à conclusão de que a palavra “santuário”, em Daniel 8:14, seria uma referência da igreja cristã qualificada como igreja do Deus vivo ou povo de Deus em todo o mundo, além de o verdadeiro santuário que Deus havia construído através de Cristo. 

Embora Miller sustentasse até o fim de sua carreira que o santuário representava a igreja, aos poucos desenvolveu conceitos paralelos de que o santuário poderia também referir-se à Terra. Para Miller, baseado na teoria dia/ano de Ezequiel 4:6-7 e Números 14:34, os 2300 dias eram simbólicos por natureza e deveriam ser compreendidos como 2300 anos literais. Ele alegava que, ao considerar cada dia como um ano, estaria se harmonizando com os principais comentaristas protestantes, e na predisposição de que o período das “setenta semanas” de Daniel 9:24-27, que já haviam sido cumpridas como 490 anos, era apenas a primeira parte dos 2300 anos, e se a primeira parte estabeleceu seu cumprimento, a segunda e última parte que estenderia até 1843 também estabeleceria cumprimento.

Miller e seus seguidores entendiam que os 2300 dias se inciaria em 457 a.C. e findaria em 1843 d.C. Ele havia se convencido de que, a publicação do decreto de Artaxerxes para a reconstrução dos muros de Jerusalém, em 457 a.C., era a data adequada para o início do período profético. É válido lembrar que, ele se baseou dos melhores cronologistas e historiadores que pôde consultar. Os cálculos sobre as profecias do tempo não eram exclusivos de Miller, uma vez que, muitos outros estudiosos na primeira metade do século XIX também faziam uso. Como visto, Miller acreditava que a purificação do santuário consistia da purificação da terra e da igreja, que ocorreria imediatamente na segunda vinda de Cristo, no final dos 2300 anos, mais precisamente entre 1843 e 1844. 

Alberto Timm, vice diretor atual do White State, esclarece que, para Miller “a Terra seria “purificada pelo fogo” (2Pd. 3.7-12), e que a purificação envolvia a destruição dos ímpios da Terra, a purificação do planeta da “maldição do pecado”, e a preparação do mundo “para a recepção do estado da Nova Jerusalém”. A igreja de Deus, “seria purificada pela sua total redenção do pecado, sendo apresentada sem mácula ou ruga, e seria vestida de linho fino, puro e branco (ICo 1.7-8; Ef 5.16; Fp 3.20-21; IJo 3.2; Ap 19.8)” (TIMM, 2000). Os cálculos iniciais deste grande pregador o haviam conduzido “ao ano de 1843, aproximadamente”. No início de 1843 ele publicou  no New York tribune uma carta a Jousé V. 

Himes, tornando claro o que ele queria dizer pela expressão. Miller compreendia que o ano bíblico de 457 a.C. começara na primavera, ou mais especificamente, em 21 de março de 457 e que, portanto, o ano 2300 terminaria na primavera de 1843/1844. Desta forma, a purificação da Terra seria ou começaria em 1844. Miller anunciou no Tribune que o tempo não estaria além de alguma ocasião entre 21 de março de 1843 e 21 de março de 1844. Mais tarde, perceberam que, a profecia dos 2300 anos não podia terminar senão até o outono de 1844. Ao estudarem o santuário mais detidamente concluíram que a purificação ocorreria no décimo dia do sétimo mês (ano judeu) em 22 de outubro de 1844. Entrando no ano que ficou conhecido como o ano do fim do mundo, Miller pregaria com mais fervor as boas novas da salvação e da segunda vinda de Cristo fazendo grandes apelos aos povos para se entregarem a Cristo. Suas mensagens consistiam em arrependimento, busca do perdão e obediência à Sua palavra. 

Miller pregou a mensagem da vinda de Cristo para a data de 1844 por quase todo o mundo. Este foi sem dúvida um dos maiores desapontamentos já presenciado pelo mundo cristão. Os que aguardavam com anseio pela segunda vinda de Cristo, ficaram totalmente perplexos, angustiados e desapontados. Eles haviam firmado todas as suas esperanças neste grandioso e mais esperado acontecimento. Tal desapontamento não foi tão agudo como deveria sê-lo no dia que se seguiu 22 de outubro até a chegada de novas revelações por parte de Deus. Devido ao desapontamento, muitos abandonaram a esperança, e embora muitos tenham abandonado definitivamente a fé, com o tempo, alguns retornaram buscando suas igrejas de origem enquanto que outros buscaram alguma nova igreja.

Dentre os que mantiveram a esperança e a fé, houve entre eles, muitas subdivisões. Poderíamos citar entre eles, dois grupos principais que surgiram como resultado do desapontamento, sendo o movimento da porta fechada, que acreditava que a data de 1844 estava correta, porém o evento da volta de Cristo   estava errado. Deste grupo é que surgiu o movimento adventista sabatista que mais tarde seria conhecido como Adventistas do Sétimo Dia. Os adventistas sabatistas, com base em Daniel 7:9-14, acreditavam que a data e os cálculos de Miller estavam corretos, porém o evento estava errado. Chegaram a esta conclusão porque perceberam em Daniel 7 que Cristo havia se dirigido ao ancião de Dias e não à Terra. Passaram a entender que Jesus havia passado do lugar santo para o santíssimo no santuário celestial (Hb 8:1,2; Ap 11:19). Naquele mesmo período surgiria também o movimento denominado porta aberta. Este movimento acreditava que a data estava errada. Deste mesmo grupo se ramificariam os movimentos adventistas da mortalidade da alma e os evangélicos adventistas.

Após o desapontamento, grande confusão foi o que marcou o movimento adventista milerita. A solidez que criaram ante aos cálculos matemáticos da volta de Cristo lhes trouxe grande choque e desalinho. Devido à forte decepção, muitos abandonaram a fé e imergiram no ceticismo, enquanto que outros retornaram as suas igrejas maternas. Preponderante para o processo de reestruturação das profecias concernentes à volta de Cristo, e da resolução das primeiras crenças fundamentais foi a participação dos primeiros líderes em intensas reuniões e grupos de exame da Bíblia. Reuniram-se em lugares diferentes (Portland/ME, Washington/NH, Port Gibson/NY), com pensamentos doutrinários desconjunto que mais tarde, após alcançarem a uniformidade, começaram a integrar as devidas crenças em um sistema harmônico. Entre os primeiros pioneiros, podemos destacar de forma bem significativa, José Bates, Tiago White e Ellen G. White. 

Destes três, provavelmente José Bates tenha sido o mais importante e influente para aquele contexto, uma vez que era o mais velho, experiente e mais versátil no conhecimento bíblico. A família White, na pessoa de Tiago e Ellen, também desempenharam papel extremamente importante e significativo na formação das primeiras doutrinas adventistas. As primeiras crenças foram erigidas durante um período de três anos (1844-1847), e demandaram dos primeiros líderes, muita oração, discussão e desmedido estudo da Bíblia. Como afirmou Tiago White em 1847, “a Bíblia é uma revelação perfeita e completa. Constitui nossa única regra de fé e prática” (TIMM, 2000). Outros pioneiros adventistas que foram importantes para a igreja e para o seu desenvolvimento doutrinário: John Nevins Andrews (1829-1883), John Norton Loughborough (1832-1924), John Byington (1798-1887), J.H. Waggoner (1820-1889), Urias Smith (1832-1903), Anne Smith (1828-1855), Frederick Wheeler (1811-1910),  Hiran Edson (1806-1882).

Ao longo de três anos (1844-1847), algumas crenças fundamentais foram desenvolvidas e fundamentadas como resultado das intensas reuniões de estudo, oração e discussão. Estas doutrinas são de característica peculiar aos adventistas e houve uma ênfase maior em sua fundamentação devido ao confronto com outros cristãos que não compartilhavam do mesmo pensamento. Crenças como 1) A lei dos dez mandamentos e do sábado; 2) Segunda vinda de Cristo antes do milênio; 3) Ministério sacerdotal de Cristo no santuário celestial; 4) Imortalidade condicional da alma; e 5) da manifestação do dom profético na pessoa de Ellen White, além de serem as primeiras crenças fundamentadas e erigidas pelos primeiros líderes, foram aos poucos sendo integradas através dos dois principais blocos peculiares, a) o Santuário de Daniel 8:14; b) e as três mensagens Angélicas de Apocalipse 14:6-12.

Foi através de uma maior influência de José Bates que houve a perfilhação da crença da segunda vinda de Cristo em forma pessoal, visível e pré-milenial; da crença da imortalidade da alma; do sábado como dia de descanso bíblico; da teologia do Santuário e mais tarde, na data de 1846, ele ficou persuadido da legitimidade do dom profético na pessoa de Ellen White. Tiago White e Ellen White, ambos aceitaram significativamente as mesmas crenças abraçadas por José Bates, entretanto, há evidencias de que Tiago White só se convenceria do dom profético de Ellen somente no início de 1845.

Logo após o ano de 1846, especialmente no começo de 1847, estes líderes se encontravam conciliados nas principais crenças suscitadas, e agora remanescia o dever de esmerar e expandir o pré-sistema de doutrinas com o objetivo de transmiti-los aos outros. Dentro deste contexto, outros líderes vão reforçando o corpo teológico da igreja dando suas devidas contribuições para uma maior fundamentação das principais doutrinas adventistas. A propagação destas e outras verdades estabelecidas se deram através de dois meios, mediante a obra de publicação e das conferências bíblicas. As primeiras publicações foram divulgadas por intermédio da produção de inúmeros folhetos e pequenos livros que continham as verdades distintivas, ademais através das conferências bíblicas, especialmente as realizadas nos anos de 1848, 1849 e 1850. 

Os adventistas sabatistas, com base em Daniel 7:9-14, acreditavam que a data e os cálculos de Miller estavam corretos, porém o evento estava errado. Chegaram a esta conclusão porque perceberam em Daniel 7:13 e 14, que Cristo havia se dirigido ao ancião de Dias e não à Terra como supunha a mensagem de Miller. Também, baseado em Apocalipse 14:7, entenderam que era “chegada a hora” e não o dia do juízo. Isto os levou a compreender que naquela data Cristo, como ministro do santuário celestial, iniciaria o juízo investigativo. Portanto, os primeiros pioneiros, ao contrário da mensagem milerita, se convenceram de que o santuário que seria purificado transmitia uma realidade celestial e não terrestre. Na data de 23 de outubro de 1844, Hiram Edson, através da famosa visão no milharal, chegaria à compreensão definitiva que o santuário a ser purificado não podia ser nada que estivesse relacionado à Terra, portanto o acontecimento tinha que estar vinculado ao santuário celestial. 

Durante uma pequena caminhada ao milharal, conforme narrou Edson, “detive-me quase a meio do caminho” e “o céu parecia aberto aos meus olhos....Vi, distinta e claramente que, em lugar de nosso Sumo Sacerdote sair do Santíssimo do santuário celestial para vir á Terra, no décimo da do sétimo mês, no fim dos 2300 dias, Ele havia entrado pela primeira vez naquele dia no segundo compartimento daquele santuário; e que Ele tinha uma obra a realizar no Santíssimo antes de retornar à Terra” (TIMM, 2000). Estudos subsequentes estabeleceram fundamentos bíblicos para dar suporte a esta crença, e tanto Edson quanto os demais pioneiros foram convencidos por tal revelação. 

É importante compreender que não foram as visões de Edson ou de Ellen White que deram uma definição absoluta para tal crença, pois, estudos relacionados à mesma compreensão já era conhecido por alguns estudantes conservadores, liberais e dispensacionalistas da época. Portanto, assim ficou definido Daniel 8:14, que os 2300 dias/anos iniciariam com o decreto de Artaxerxes em 457 a.C. (Dn 9:25), terminando exatamente no ano de 1844. Esta predição revelaria que neste ano Cristo passaria do compartimento santo do santuário para o santíssimo, inaugurando a purificação do santuário celestial, ou seja, estaria sendo estabelecido o início da primeira fase do juízo denominado como juízo investigativo que perdurará até a segunda vinda de Jesus com o objetivo de estabelecer o juízo pré-advento e instaurar a expiação para o processo de apagamento dos pecados.


Gilberto Theiss - Extensão em arqueologia do oriente próximo pela UEPB, Bacharelando em Teologia pelo SALT, e é coordenador do curso de capacitação teológica pelo portal Alto Clamor.


Referências Bibliográficas para Consulta

CASALI, Victor. Historia de las Doctrinas Adventistas. Centro de Investigación White: Universidad Adventista Del Plata.

KNIGHT, George R. Em busca de Identidade: O desenvolvimento das Doutrinas Adventistas do Sétimo dia. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2005.

KNIGHT, George R. Uma Igreja Mundial. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2000.

LAND, Gary. Adventism in America: A History. Andrews University Press, Berrien Springs, USA.

THEISS, Gilberto G. A História Revelada e a Verdade Confirmada: A História do Adventismo em formato de Estudos. Feira de Santana, BA: Clínica dos Livros, 2011.

TIMM, Alberto R. História da igreja. Publicação autônoma: Institudo Adventista de Ensino. Engenheiro Coelho, IAE.

TIMM, Alberto R. O santuário e as Três Mensagens Angélicas: Fatores Integrativos no Desenvolvimento das Doutrinas Adventistas. Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, 2000.

SCHARS, Richard W. e GREENLEAF, Floyd. Portadores de luz: A história da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, 2009.

sábado, 28 de abril de 2012

Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 05 – 2º Trimestre 2012


Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 05 – 2º Trimestre 2012
(28 de abril a 5 de maio)

Comentário: Gilberto G. Theiss

SÁBADO, 28 DE ABRIL
Evangelismo e testemunho sequenciais

            “Dei-lhes leite, e não alimento sólido, pois vocês não estavam em condições de recebe-lo. De fato, vocês ainda não estão em condições” (1 Co 3:2, NVI)

            Pensamento Chave: O leite materno é o primeiro alimento que uma criança recém nascida precisa receber. No evangelismo o procedimento é o mesmo.

            Deus dotou seu povo de sabedoria com o objetivo de criar métodos e estratégias evangelísticas que sejam capazes de alcançar os corações perdidos. Uma destas estratégias são os estudos sequenciais em linha de conteúdo progressivo. Da mesma maneira em que deve-se dar à uma criança recém nascida o devido leite materno, assim, com os que estão começando as séries de estudo, deve-se dar o alimento espiritual apropriado. Há pessoas, até bem intencionadas, que gostariam de oferecer, primeiramente, um estudo sobre as 2300 tardes e manhãs. Observe que, se o candidato ainda não aprendeu a ser amiga de Jesus, e não aprendeu a confiar na Bíblia, que sentido teria estudar as 2300 tardes e manhã? Percebe? Os estudos devem ser sequenciais em ordem ascendente de temas relevantes e apropriados. Se fizermos o contrário disto, algo poderá contribuir para o fracasso do estudo. Por este motivo é que, a igreja adventista possui estudos bíblicos em sequências lógicas. Assim, será mais fácil o estudante da Bíblia compreender melhor as verdades bíblicas. Lembre-se que, um estudo oferece suporte para compreender o estudo seguinte.
           
DOMINGO, 29 de ABRIL
Evangelismo sequencial e necessidades sentidas
(Lc 9:11; Mt 25:35-40)

            Um dos métodos mais significativos para começar uma sequência evangelística ou estudo bíblico é se tornando amigo dos interessados. Nada será mais poderoso do que esta estratégia. Claro que, não deve apenas ser uma estratégia, devemos ser verdadeiramente amigos delas. Se conquistarmos a amizade destas pessoas, com certeza, tudo no evangelismo ou nos estudos será mais fácil. No entanto, uma das formas de conseguir conquistar a amizade é através do atendimento às suas necessidades. Todas as pessoas possuem necessidades básicas e necessidades urgentes. Ajudá-las em suas necessidades, desde a oferta de um pão até o compartilhamento de palavras confortadoras, enfim, qualquer ajuda fortalecerá a capacidade de compreensão da verdade e do poder do evangelho. Oferecer um ombro amigo, fará muito mais que uma simples campanha evangelística. Como bem ilustrou o autor desta frase: “Palavras não fazem pão”. A expressão é contundente e repleto de significado, e claro, nos ensina que o agir será mais eficaz que meras palavras. Devido às mentiras e hipocrisias ensinadas em todo o cristianismo, as pessoas, a primeiro momento, tendem a desconfiar dos pregadores do evangelho. Esta barreira precisa ser derrubada, e o meio para isto é se tornando um auxiliador, amigo e irmão delas. Desta forma, não haverá muralhas psicológicas que sejam intransponíveis para alcançar os corações perdidos.
                                   
SEGUNDA, 30 DE ABRIL
Leite e alimento sólido
 (1Co 3:1-3; 1Pe2:2; Jo16:12)

             Lembro-me bem da minha conversão pessoal, pois foi muito marcante e repleta de erros que me ensinaram lições muito preciosas. Eu havia recebido os estudos sequenciais e, como na maioria das vezes, aprendi os temas em ordem progressiva de verdades mais leves para verdades mais sólidas. No entanto, quando aprendi que o domingo era o sinal da besta, fiquei tão impressionado que comecei a dizer para todas as pessoas conhecidas a este respeito. O resultado foi trágico, pois começaram a dizer que eu acabara de me tornar um fanático religioso. Enfim, esta experiência foi uma entre tantas, mas que me serviu de lição para entender bem que primeiro vem o leite e depois o alimento sólido.
            Jesus mesmo foi muito cuidadoso e na maioria das vezes ele manteve suas mensagens na pessoa dEle mesmo. Era necessário que os ouvintes compreendessem acima de tudo que a salvação se encontrava apenas nEle. Se os ouvintes entendessem esta verdade preciosa, a partir deste momento, estavam preparadas a começar a ouvir as outras verdades ligadas a Cristo. Mesmo os discípulos, após 3 anos de aprendizado, acabaram não compreendendo algumas das lições mais significativas. Isto indica que o evangelho, embora semeado no coração pelo Espírito Santo, deve ser apresentado de uma maneira em que as pessoas sejam capazes de assimilar. Uma verdade oferece suporte para outra verdade. Uma boa sugestão de sequência para um trabalho bem desenvolvido pode ser esta:

1º - Conquistar a amizade e a confiança das pessoas e ser um amparo para elas. Sendo sempre amável, cortês, bondoso e um auxiliador;
2º - Ajudá-las a confiar na Bíblia como única regra de fé e de verdades;
3º - Ajudá-las a serem amigas incondicionais de Jesus confiando plenamente Nele;
4º - Ajudá-la a entender o quanto Deus nos ama, que Ele deseja curar nossas feridas, e que a vida tem um propósito;
5º - Apresentar o grande plano de salvação em Cristo somente;
6º - Se os interessados alcançarem essas 5 primeiras metas com sucesso, agora sim, em ordem progressiva, pode-se começar a apresentar o evangelho mais sólido. Mas deve-se começar dos assuntos mais simples para os mais sólidos. Obs: As 5 primeiras etapas levam tempo. Em alguns casos levam menos tempo que outros.

TERÇA, 1 DE MAIO
Verdades decisivas
(Jo 6:54-66; 14:15)

            Cada grupo exige um tratamento especial. Em alguns casos, devido suas crenças anteriores, é necessário que recebam um contato e estudo da forma apresentada no comentário de segunda. Outros, por já conhecerem a Deus e seu plano de salvação, talvez fosse possível pular algumas etapas. No entanto, o que às vezes atrapalha, é o fato de muitos evangelistas ou líderes de igreja pretenderem fazer batismos relâmpagos impedindo logicamente a sequência exigida para conseguir alcançar o coração das pessoas de maneira sólida. Consequentemente, muitos se batizam, mas, logo acabam se apostatando. Batizam-se ou pela euforia do momento, ou pela imprudente insistência do evangelista. Esta insistência em fazer batismos relâmpagos, ou realizar batismos de pessoas despreparadas em um curto espaço de tempo pode ser interpretada pela ânsia de buscar promoção no ministério ou de apresentar um relatório invejável aos colegas de trabalho. Claro, sem falar das competições que existe na mentalidade subdesenvolvida de alguns. Todas estas maneiras de trabalhar trazem grandes problemas para a obra, pois a apostasia acaba se tornando um problema causado não por Satanás, mas pelos próprios ministros do Senhor. Na verdade este tipo de comportamento acaba se tornando um tiro no próprio pé, pois cria um crescimento fantasioso e virtual. No papel a igreja possui 17 milhões de membros, mas, na prática, a igreja talvez não passasse de 10 milhões. Mas, voltando ao assunto, Deus revelou em Sua palavra profética que, as mensagens que deveriam ser levadas a todo o mundo são as 3 mensagens angélicas (Ap 14). Esta revelação, de certa forma, também está insinuando qual o tipo de mensagem que Ele deseja que seja levado aos povos. Este puxão de orelha serve especialmente para aqueles que passam a vida toda pregando apenas o leite. Devemos nos aproximar das pessoas com o leite, mas, inevitavelmente, chegará o momento em que o alimento sólido deverá ser oferecido. E este momento não deve ser postergado, a não ser que surja uma razão muito óbvia. Verdades decisivas são aquelas que causam divisão. Divisão dos velhos conceitos para os novos. Verdades que vão inserir as pessoas em um campo de batalha espiritual. E claro, para minimizar as escandalosas apostasias que tem ocorrido, devemos criar nessas pessoas uma identidade puramente adventista. Este é o papel das mensagens mais sólidas. Se ficarmos apenas no leitinho materno, estaremos preparando as pessoas para serem apenas meros evangélicos. Nada mais que isso.

QUARTA, 2 DE MAIO
Medindo o crescimento espiritual
(Gn 3:9, 13; Mt 16:13-15; 22:41-46; Mc 9:33; Lc 2:46)

            Medir o crescimento espiritual pode ser uma das atividades mais negligenciadas pelo instrutor ou pelos evangelistas. É possível que no auditório, muitos tenham participado de todas as palestras, mas não tenham assimilado em suas vidas todas estas informações. É necessários que estas pessoas sejam visitadas e ao mesmo tempo, que lhes seja dado oportunidades reais de se manifestar. Pode ser que tenham alguns problemas que, para elas não há solução, quando na verdade, às vezes, uma simples palavra de encorajamento seria suficiente. Deve-se, no decorrer do programa evangelístico ou dos estudos, haver um acompanhamento bem aproximado das pessoas interessadas. Elas precisam assimilar a ideia que estamos muito interessados nelas. Visitações, encontros sociais e uma aproximação baseada na amizade deve ser uma rotina, já que desejamos muito que elas se decidam. Não devemos visitar apenas para preencher as fichas, mas visita-las para ter certeza que essas pessoas estão em crescimento espiritual ascendente. Ouvir suas necessidades e contribuir para que seu crescimento espiritual seja real, deve ser uma de nossas preocupações. Métodos precisam ser elaborados nesta direção, mas não somente elaborados – devem ser cumpridos. Nesta ocasião, me lembro das pessoas que deram estudos para mim. Elas sempre me visitavam, convidavam para almoçar, e sempre que faziam alguma viagem especial, me levavam junto. Tudo isto fez com que o evangelho encontrasse guarida em meu coração com mais impacto e força. No evangelismo em Belo Horizonte, fiz algo semelhante com meus interessados, e pode acreditar, funciona pra valer.

QUINTA E SEXTA 3 e 4 DE MAIO
Preparando uma colheita
(Lc 8:4-15; Jo 16:7,8,13)

            Como uma planta, as pessoas precisam de cuidados especiais constantes. Não adianta plantar a semente e depois deixar que ela se vire sozinha. Devemos constantemente aguar, retirar os matos que crescem ao redor, e no processo de seu desenvolvimento precisa receber outros cuidados até que se torne uma árvore robusta capaz de sobreviver sozinha. Enfim, esta lição foi dada pelo próprio Deus. A comparação foi feita por quem entende do assunto. O que às vezes acontece é que, as pessoas recebem toda a atenção necessária para tomar a decisão, mas quando tomam a decisão, são esquecidas. São poucas as igrejas que ainda mantém as classes pós-batismo em funcionamento. São poucas as igrejas que mantém um assíduo programa de conservação dos membros. Graças ao bom Deus, há campos hoje que não estão mais parabenizando pastores apenas pelo número de, mas também pelo número de pessoas que eles também tem conservado. Este paradigma está mudando e em alguns campos a exigência de resultados tem se tornado diferente. Antes era assim: Quanto você batizou? O relatório diz que foram 300 pessoas. Agora é assim: Qual é o valor exato de crescimento? O relatório diz que foram 300 batismos e 50 apostasias, então, o valor exato de crescimento foi de 250 pessoas. Esta mudança tem ocorrido e com certeza contribuirá para um trabalho mais eficaz e genuinamente verdadeiro (me desculpe pela redundância, foi proposital). Não posso terminar sem antes dizer algo extremamente importante. Embora as estratégias sejam importantes, é Deus quem faz as coisas acontecerem. Se não tivermos estratégia nenhuma, mas formos inteiramente fiéis a Deus, os resultados serão sempre os melhores e os mais surpreendentes. Na história de Gideão podemos ter esta certeza. Deus pretendia que Gideão lutasse com apenas 300 homens, e ainda ofereceu a eles como armas, trombetas, cântaros vazios e tochas (Jz 7:16). Gideão tinha um exército que, aos olhos humanos, seria derrotado em menos de 2 minutos de confronto. As armas que Deus lhes deu, na verdade não eram armas, e o máximo que poderiam matar com isso é a própria coragem de enfrentar os adversários. A lição de Deus é simples: Tudo o que Deus requer para nos dar a vitória é nossa confiança, entrega e obediência plena. As armas eram insignificantes assim como nós mesmos. Sem Deus, e sem obediência, nossas lutas e estratégias serão como estas armas insignificantes. A vitória só vem do Senhor, esta é a lição.

Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como constam no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia e cursou extensão em arqueologia do oriente próximo pela UEPB. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br

Livros Escritos:
·         Acendendo a luz da verdade
·         Música e o Grande Conflito
·         Profecias que abalarão a Igreja e o Mundo
·         Encruzilhada – Princípios para uma vida melhor e abundante
·         Despertar de um Mandamento
·         Comentário Homilético do Livro de Romanos
·         Comentário Homilético do Livro de Gálatas
·         A História Revelada e a Verdade Confirmada – História da igreja
·         Cronologia do Salmo 150 e os Conflitos sobre Tambores e Danças
·         Adoração em Conflito
·         Editor e Coordenador da Meditação Matinal Permanente “Reavivamento e Reforma”


O criacionismo é cada vez mais hostilizado


Depois de ouvir o comentário distorcido do doutor em Educação Daniel Medeiros, sobre o criacionismo, na CBN Curitiba (clique aqui para ouvir a entrevista), deu para se ter uma noção do que acontecerá daqui para frente. Em suas pesquisas a respeito do poder norte-americano no planeta ao longo da história, o doutor Vanderlei Dorneles coloca os rotulados “fundamentalistas pacíficos” (entre estes, os adventistas) como a bola da vez depois do enfraquecimento dos “fundamentalistas violentos”. Medeiros confunde concessão de emissoras com o direito de uma denominação religiosa ser autorizada a abrir uma escola com pedagogia própria. Ele aproveita essa distorção para defender, equivocadamente, a laicidade do Estado. Duvido que ele algum dia tenha se manifestado contra os feriados de natureza religiosa! Duvido que ele tenha protestado contra o acordo assinado pelo ex-presidente Lula com o Vaticano para implantar aulas de religião dogmática nas escolas públicas! A deturpação venal de Medeiros é tão gritante que ele acusa os criacionistas de se aproveitarem das “brechas no evolucionismo” para declará-lo sem fundamento. Se ele tem o direito de atacar o criacionismo como um mito, então os criacionistas também têm o direito de considerar o evolucionismo tal qual eles acreditam: uma teoria, simplesmente isso, apenas teoria, não totalmente comprovada e, no que diz respeito à macroevolução e ao fator metafísico do modelo – ou seja, o naturalismo filosófico –, tão mitológica quanto a visão que eles têm de qualquer religião. Como Medeiros consideraria a confissão pública do doutor Muniz Sodré, da UFRJ, como membro do candomblé?

Hoje, o programa Liberdade de Expressão discutiu a polêmica republicação do Mein Kampf (Minha Luta), de Adolf Hitler, sob o patrocínio do Estado da Bavária, Sudeste da Alemanha. Os governantes alegam que daqui a três anos o livro cairá em domínio público, ninguém poderá mais reter seus direitos autorais. Qualquer editora poderá republicá-lo. Então, idealizando conter o crescimento do neonazismo na Europa, o Estado resolveu fazer uma edição com comentários críticos, mostrando as consequências do preconceito étnico no país gerados pela política nazista.

Todos os comentaristas da CBN apoiaram a iniciativa, condenada por muitos intelectuais, justificando que se trata de um direito da liberdade de expressão. Ah, tá! Então, quando se trata de jogar para as pessoas um lixo venenoso, interpreta-se como direito individual e coletivo, liberdade de imprensa, de expressão. Todavia, quando se trata de livros criacionistas, “ah, isso não pode”, “isso é perigoso para a ciência”, como assevera o doutor em Educação da UFPR. O que seria mais perigoso para a existência humana: algo que atingisse a ciência ou algo que colocasse em risco as relações entre as etnias?

É bem verdade que a Alemanha nazista detinha o maior conhecimento científico da época. Seu líder até abraçou o vegetarianismo. É bem verdade que, em nome de Cristo, igrejas cristãs provocaram genocídios. Mas está na Bíblia: “Muitos virão em Meu nome... e Eu não Os conhecerei.” Não obstante esses fatos irrefutáveis da história humana, não há como negar que, em nome do nazismo, assassinaram-se milhões; em nome do ateísmo marxista, mataram-se milhões; mas também em nome do criacionismo defendido pelos adventistas, salvaram-se milhões. E muitos países e grandes cidades no mundo agradecem aos adventistas pelo seu programa de saúde, fundamentado nas orientações bíblicas e no conhecimento da própria ciência.

Voltando à entrevista do Dr. Medeiros, gostaríamos de pontuar alguns aspectos:

Medeiros afirma (corretamente), que a ciência se fundamenta na observação, no levantamento de hipóteses, na formulação de uma tese e na demonstração dessa tese. No entanto, deixa de mencionar que, mais de 150 anos depois da formulação da teoria da evolução de Darwin, o cenário macroevolutivo proposto por ele ainda não foi demonstrado, muito pelo contrário, apenas foram feitas observações que sustentam a microevolução (também aceita pelos criacionistas). O resto é extrapolação metafísica. Medeiros diz também que “o aspecto básico da ciência é a possibilidade de ela ser refutada”, e continua: “Apresento uma demonstração que pode ser depois refutada por outra demonstração que se dê no mesmo campo.” Mas e quando o dogma é mais forte que as evidências? O que dizer da origem da informação complexa e específica da qual depende toda forma de vida, desde a mais simples até a mais complexa? Teria surgido do nada, sem uma fonte informante? Como explicar a ordem a partir do caos ou mesmo a existência de tudo a partir do nada? Ok, os darwinistas se sairão com esta: nossa teoria não visa a explicar a origem da vida e sim seu desenvolvimento. Mas se esquecem de que para que o mais apto sobreviva ele teve que “surgir” um dia, e isso continua como mysterium tremendum – muito embora os darwinistas, munidos de modelos de computador e experimentos questionáveis que exigem sempre muito design inteligente, insistam ser fato a origem da vida a partir da não vida.

Em seguida, numa clara demonstração de desconhecimento de causa, Medeiros diz que a Bíblia se trata de “narrativas míticas”. Aí do criacionista que fizesse uma afirmação assim tão superficial e leviana sobre o darwinismo! Medeiros ignora o fato de que a Bíblia contém estilos literários variados, como, por exemplo, profecia, poesia e história. No que diz respeito ao pano de fundo histórico das Escrituras, é sabido que elas são o documento antigo mais confirmado pela arqueologia. Já com respeito a suas profecias, a grande maioria delas está cumprida, e o cumprimento foi preciso. Medeiros sabe disso? Se sabe, ignorou deliberadamente as evidências. Se não sabe, reproduziu discurso de outrem. A CBN convidou um doutor em Educação para falar de educação. Que convide um teólogo para falar da Bíblia.

Medeiros repete uma palavra que vem sendo usada negativamente com certa frequência em nossos dias: “fundamentalismo”. Mas, na definição dele, fundamentalismo se refere à defesa do criacionismo que tem como base o Antigo Testamento (como se os autores do Novo Testamento não fossem criacionistas – basta lembrar que Jesus, Paulo e outras figuras históricas se referiram a Adão e Eva e ao dilúvio, por exemplo, como personagens e evento históricos). Conforme procurei demonstrar nesta palestra (em quatro partes), cada vez mais os criacionistas serão identificados com o fundamentalismo visto como um dos males do mundo atual. Medeiros deu sua contribuição para essa caça às bruxas que está apenas juntando gravetos para a grande fogueira...

O doutor diz mais: “O que a educação adventista fez fere o bom senso porque tenta vender como ciência o que não é e tenta igualar as teorias da evolução e da criação, mas não se trata de algo que possa ser comparado, já que uma é teoria científica e outra uma narrativa bíblica, coisas que não podem ser comparadas.” O ponto de discórdia, neste momento, é o dilúvio. Medeiros deixa de mencionar (porque talvez não saiba) que esse evento catastrófico conta com evidências advindas da geologia, paleontologia, história e outras áreas. Na verdade, inicialmente nem é necessário se valer da Bíblia para demonstrar a ocorrência de uma tremenda catástrofe hídrica ocorrida há alguns milhares de anos. Basta tentar enxergar o assunto com uma cosmovisão diferente da darwinista uniformitarista.

Curiosamente, Medeiros cita Copérnico, Galileu, Descartes, Bacon, Leibniz, Newton e Einstein, e diz que eles trabalhavam uma ciência que vem debatendo democraticamente, refutando teorias, incorporando outras. Esqueceu-se de que, talvez com exceção de Einstein, os demais “pais da ciência” eram todos teístas e sofreram justamente por causa do status quoreligioso-acadêmico-científico de seu tempo. Mas uma coisa não se pode negar (embora alguns tentem esconder): esses cientistas corajosos aceitavam o relato bíblico da criação. Eram eles também fundamentalistas por causa disso? Não fizeram boa ciência porque criam em Deus e na Bíblia?

Mais adiante, Medeiros critica a Sociedade Criacionista Brasileira (que acaba de completar 40 anos no Brasil) e se refere especificamente ao livroEm Seis Dias (sem lhe mencionar o título), que traz o testemunho de cinquenta cientistas criacionistas. “Então não são cientistas!”, vocifera Medeiros. E Copérnico, Galileu, Leibniz e Newton? Também não eram cientistas? E Marcos Eberlin? E um monte de outros cientistas? Para piorar, Medeiros diz ainda que “Einstein tinha limitações determinadas por sua religiosidade”. Que pena... Então, se Einstein não tivesse sido religioso, a ciência teria avançado muito mais? É isso, Medeiros? Na verdade, a ciência deve sua origem às premissas da religião judaico-cristã (confira).

Mais para o fim da entrevista, o doutor sobe o tom: “É um problema muito sério, pois há milhares de pessoas sendo expostas a esse tipo de fundamentalismo. [...] Isso é um embuste, uma falsificação. O criacionismo é uma forma mitológica de relatar a criação do mundo. A ciência tenta buscar demonstrações lógicas, racionais.”

E, finalmente, o doutor conclama: “O Ministério Público e os órgãos responsáveis pela defesa da Constituição e de seus princípios deveriam agir no sentido de que as crianças que assistem a essas aulas estão sendo enganadas do ponto de vista científico. [...] Nós, professores, vocês dos meios de comunicação e o Ministério Público e aqueles que defendem as leis brasileiras deveriam ficam mais atentos a esse tipo de manifestação que se traveste de liberdade religiosa, mas está fazendo uma campanha ideológica bastante funesta para esta geração de jovens que, tadinhos, não têm culpa nenhuma nesse processo todo.”

O que mais falta dizer sobre os criacionistas? Na verdade, já foi dito por Marcelo Gleiser, em 2005 (confira). 

Cremos que não falta muito tempo para que a hostilidade será ainda mais intensa, já que a discussão sobre as origens tem tudo a ver com Apocalipse 14, a batalha final relacionada com adoração e a derradeira controvérsia quanto ao verdadeiro memorial da criação.

Cabe aos professores da rede adventista e todos os demais criacionistas estar prontos para responder àqueles que lhes pedem a razão da fé e fazer isso com bons argumentos, com mansidão e por meio de uma vida coerente com a fé que professam. É justamente esse o desafio que nos faz o apóstolo Pedro em sua primeira carta, capítulo 2, verso 15.

(Ruben Holdorf e Michelson Borges são jornalistas)


sexta-feira, 27 de abril de 2012

Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 04 – 2º Trimestre 2012


Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 04 – 2º Trimestre 2012
(21 a 28 de abril)

Comentário: Gilberto G. Theiss

SÁBADO, 21 DE ABRIL
Evangelismo e testemunho como estilo de vida

            “Em Jope havia uma discípula chamada Tabita, que em grego é Dorcas, que se dedicava a praticar boas obras e dar esmolas” (At 9:36, NVI)

            Pensamento Chave: Um exemplo vale mais que mil sermões

            O período pós-moderno, o que estamos vivendo neste momento, construiu paradigmas repleto de filosofias relativistas capazes de comprometer princípios e valores inestimáveis para a fé cristã. Hoje, devido ao relativismo, as pessoas tendem a não levar muito a sério alguns valores da vida ou de sua religião. Portanto, saiba que, independente dos paradigmas criados pela sociedade, os paradigmas de Deus nunca mudam. O relativismo tem a força de enfraquecer nossas concepções, mesmo as mais sérias. Por este motivo é que existem tantas pessoas hipócritas, que não vivem o que ensinam. É o relativismo que relativa as verdades existentes, mesmo no meio religioso transformando as pessoas em mero ouvintes, porém sem o alicerce da prática. Mais do que nunca, Deus deseja que sejamos cristãos genuínos. Viver sob o manto da fidelidade em nossos dias requer muito amor a Deus e sincero desejo de agradá-lo em nosso comportamento e palavras. Mas, infelizmente, são poucos os que assim procedem. Em se tratando de evangelismo, não é diferente, pois, evangelismo deve ser um estilo de vida repleto de palavras e atos que expressem a verdade. Como bem expressou Ellen White, “pregue a palavra, e se for preciso falar, fale”. Em outras palavras, devemos ser pregadores com a vida, e se a vida não condisser com as nossas palavras, então tudo será vazio e destituído de poder.
           
DOMINGO, 22 de ABRIL
Sermões silenciosos
(Jo 13:35; 2Co 3:2-3)

            Há muita discussão em nossos dias sobre que roupa usar, se a mulher pode usar calça, ou se pode usar jóias, maquiagem, etc... Embora o nosso estilo de vida externo tenha alguma relevância, nada é mais relevante do que a maneira como tratamos as pessoas. Há uma frase muito impactante que afirma: “As pessoas se esquecerão do que você disse, mas jamais esquecerão a maneira como você as tratou”. De fato, esta frase revela uma verdade  inigualável e cheia de poder. Às vezes as pessoas se preocupam muito com a aparência exterior e acabam se esquecendo do mais importante – o interior. Não estou afirmando que não devamos nos preocupar com nossa aparência exterior, estou dizendo que, pra ser mais claro, há pessoas que são muito alinhadas no exterior, mas não sentem compaixão, amor e pena dos outros. Não são capazes de sacrificar seu dinheiro e comida pra ajudar os mais necessitados. Isto não é religião, isto é puramente fachada repudiável. Os maiores e melhores sermões são, sem dúvida, os que pregamos com a vida. O poder de Deus, de maneira misteriosa, está presente na vida dos que praticam a verdade, e este poder faz com que as pessoas de fora consigam observar algo diferente, surpreendente e magnificamente belo neste indivíduo. A fragrância de uma vida cristã séria é sentida de longe, e qualquer pessoa, mesmo um cego, pode notar radicalmente o poder vivificante existente nos que vivem a essência do evangelho. No entanto, só poderá passar por tal experiência os que vivem, ou melhor, que não vivem, mas que permitem Cristo viver por eles. O testemunho em silêncio, com a vida, é o melhor termômetro pra saber como estamos com Deus.
                                   
SEGUNDA, 23 DE ABRIL
Compaixão pelas pessoas
 (Mt 9:36-38)

             Certa vez um homem chamado  John Vastra, pregador, visitador e um verdadeiro homem de Deus, resolveu bater de porta em porta para anunciar a vinda de Jesus. Em uma das casas por onde ele passou, algo surpreendente aconteceu. Ao bater na porta, uma senhora lhe atendeu apressadamente. Quando a porta se abriu, John Vastra, com sorriso estendido lhe disse que para ele era uma grande alegria avisá-la do retorno de Jesus. Aquela senhora, olhou bem nos olhos deste grande homem e lhe disse: “Quem lhe perguntou alguma coisa? Saia daqui antes que eu chame a polícia.” E, com força fechou a porta na cara de John Vastra. Ressentido, ele sentou-se bem no canto da calçada e começou chorar compulsivamente. A senhora, ouvindo os gemidos de Vastra se comoveu profundamente. Para a nossa surpresa, ela saiu da casa e ao se aproximar de John, colocou suas mãos em seus ombros e lhe disse: “O que você estava me dizendo mesmo?” O amor de Deus, presente naquele homem foi o que tocou o coração daquela senhora. Em outras palavras, foi o amor de John Vastra pelas almas perdidas que salvou aquela mulher. É exatamente isso que falta em muitos dos cristãos contemporâneos. Infelizmente o secularismo e o relativismo tem moldado os cristãos a serem superficiais e vazios. Muita gente está brincando de ser cristão enquanto que Satanás não está brincando de ser Satanás. O mundo carece de homens que não se comprem e que não se vendam. Homens que sejam realmente fiéis ao dever, tanto quanto a bússola é ao polo (Ed, 57). Esta declaração de Ellen White, além de ser surpreendente, ela é um dever de todos os que se intitulam cristãos. Nada menos que isso deve ser nossa vida em Cristo, com Cristo e por Cristo. Amor incondicional pelas pessoas, será um único meio de conseguir alcançar os corações perdidos.

TERÇA, 24 DE ABRIL
Calçando os sapatos das pessoas
(ICo 9:20-22; Hb 4:15)

            Muitos cristãos estão profundamente interessadas no bem-estar e salvação das pessoas, mas, nem todos estão dispostos a irem muito longe por elas. Às vezes, nossos preconceitos nos impedem de sermos mais úteis nas mãos do Espírito de Deus com fins evangelísticos. Faltam em muitos de nós a capacidade e sensibilidade para entender as pessoas. As lutas, sofrimentos, problemas são diferentes e muitos desses problemas podem causar transtornos psicológicos variáveis e consequentemente vida espiritual com pouco sentido ou apatia espiritual. Já me deparei com situações em que, apenas dizer Jesus te ama, ou Jesus tem poder para te libertar, não foi suficiente para ajudar. É necessário algo mais, que vá além das palavras. É necessários se aproximar destas pessoas com paixão ilimitada. Mas, infelizmente, cada um prefere seguir sua própria vida e encarar os choros de outros como falta de domínio ou falta de sinceridade. Na verdade não é bem assim. A falta de sensibilidade pode nos impedir de alcançar os mais sofridos e desamparados. O que as palavras não conseguirem fazer por alguém, faz-se necessário ajudar com os atos. Se colocar no lugar das pessoas é a melhor maneira de entender que este alguém precisa ser cuidado e compreendido da mesma maneira que gostaríamos, caso estivéssemos no lugar dela.

QUARTA, 25 DE ABRIL
Uma vida acolhedora
(Mc 5:1-19)

            Me lembro da história de um jovem que passou por uma experiência muito interessante e curiosa. Estava realizando uma semana de palestras em uma igreja em São Paulo. Havia um jovem que apreciava permanecer um pouco mais após as palestras para fazer perguntas e tirar dúvidas. Geralmente ele ia embora próximo de meia noite, e se não fosse tão tarde, pelo interesse, provavelmente ficaria um pouco mais de tempo. Por curiosidade perguntei-lhe se não tinha medo de ir embora naquele horário, já que São Paulo não era uma das cidades mais seguras e nem pouco violenta. Ele me disse que não tinha medo e que quase foi assaltado umas três vezes. “Inclusive, numa das vezes,” dizia ele, que um ladrão o abordou, apontou-lhe a arma e pediu para passar tudo o que tinha. O curioso é que ele tinha apenas a Bíblia. Quando o ladrão viu a Bíblia em sua mão, baixou a arma e fez algumas perguntas sobre questões bíblicas. Lembrando que, este jovem adventista, ficou ali pregando para o bandido por cerca de uma hora e meia em plena madrugada na cidade de São Paulo. O mais importante aqui é que,  o jovem se colocou a disposição daquele bandido para falar de Jesus, e claro, o criminoso parou para ouvir. Como visto pela narrativa, mesmo as pessoas mais perdidas que possam existir neste mundo, quando lhes é oferecido oportunidade para ouvir e mensagem de salvação, eles estarão aptos a ouvir desde que exista alguém que demonstre interesse por eles. O ladrão da história poderia ter ido embora, mas percebeu que ali havia alguém que poderia ter interesse por ele. Não há coração que resista ao apelo de uma pessoa apaixonada por sua salvação e bem-estar. Não há coração que resista quando nossos braços se tornam ternamente acolhedores. Talvez, se tivéssemos mais amor e paixão pela vitória e salvação dos outros, possivelmente, milhares mais teriam aceitado a Cristo e Sua palavra. Deus pretende usar homens e mulheres que seja capazes de fazer qualquer coisa pela salvação de outrem. Nossos corações precisam fremir e chorar pelo bem dos outros. Senão ficamos tristes quando alguém rejeita o evangelho, pode significar que estamos muito longe de ser verdadeiramente um discípulo de Jesus.

QUINTA E SEXTA 26 e 27 DE ABRIL
Ampliando seu círculo de amigos
(Jo 17:11-19; Cl 4:2-6)

            Uma das tarefas mais desafiadora, sem dúvida, é a de conseguir ser amigo das pessoas do mundo sem comprometer nossos valores. Um pai e mãe entendem bem deste dilema ao ter perdido seus filhos após eles terem se envolvido com pessoas não adventistas. Para que este tipo de envolvimento aconteça sem que princípios sejam perdidos, é necessário muita maturidade espiritual e profunda convicção religiosa e moral. Desta forma, evangelizar as pessoas fazendo uso da amizade que temos com elas, pode se tornar uma das ferramentas mais poderosas. Jesus se misturava com pessoas que, muitos de nós jamais seríamos capazes de nos misturar. Embora isto seja uma verdadeira barreira, não é possível negar que Jesus tenha desenvolvido exemplo bem diferenciado. O problema é que, muitos confundem envolver-se com o objetivo de salvar, com envolver-se mesmo que custe baixar as normas com o objetivo de salvar. Alguns interpretam muito mal a expressão “fazer-se de fraco para ganhar os fracos”, como se estivesse ensinando que devemos agir e falar como as pessoas sem princípios. Embora não sejamos deste mundo, querendo ou não, todos nós estamos neste mundo. Ser amigos das pessoas que não vivem os valores que vivemos significa ser amigos com o objetivo de atraí-las com o nosso testemunho. Não é razoável frequentar uma boate e justificar este ato com questões de salvação, pois, como alguém poderia ser atraído por um testemunho irrazoável como este? Ser amigo de alguém não é se prostituir ou se alcoolizar com ela, pois, tal comportamento jamais terá poder de mostrar o quanto é melhor e satisfatória a vida cristã. Devemos sim, nos aproximar das pessoas, sermos amigos delas, para que, através de nossa amizade, elas possam perceber que existe algo maravilhoso e infinitamente melhor em nós do que a vida que elas vivem. Mas, lembrando, ser amigos das pessoas não significa ser evangelizados por elas, e sim, elas serem evangelizadas por nos.

Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como constam no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia e cursou extensão em arqueologia do oriente próximo pela UEPB. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br

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