Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 08 – 2º Trimestre 2012
(19 a 26 de maio)
Comentário: Gilberto G. Theiss[1]
SÁBADO, 19 DE MAIO
Preparação para evangelizar e testemunhar
“Disse Jesus: ‘Sigam-Me e Eu os farei pescadores de homens’” (Mt 4:19)
Pensamento Chave: “Não vivo eu, mas Cristo vive em mim”, deve ser nossa maior necessidade para o testemunho.
Àquele que bebeu da fonte da água da vida com sede, se tornará em uma fonte desta água. No entanto, àquele que bebeu desta fonte, porém, SEM SEDE, nada poderá fazer pelos outros. Isto é comum na vida dos que ainda não entenderam, com o coração, o que realmente significa Cristo morreu por mim. Muitas pessoas possuem consciência do plano da redenção, conhecem, aos detalhes, as principais verdades bíblicas, mas, como um zumbi, não passam de meros robôs dentro da igreja controlados por suas próprias falhas concepções e emoções distorcidas, pois não conseguem sentir a presença do Espírito, não são tocadas profundamente pelas mensagens e não se emocionam racionalmente com algumas verdades impressionantes. Estas pessoas vivem em nosso meio, ou pela conveniência, pelo costume da prática de estar no ambiente, ou mesmo porque estão na companhia de algum ente querido. Estas pessoas não se dispõem a fazer nenhuma atividade missionária e não se interessam nem ao mesmo em ser um auxílio para a igreja. Estão respirando, comendo, se divertindo, mas, são pessoas sem vida. Por outro lado, há àqueles que, um “simples Jesus te ama” é suficiente para se derramar em lágrimas e ter arrebatamentos de felicidades. Impulsionados pelo amor de Deus e pelo presente da salvação, muitos são capazes de oferecer a própria vida para que outros sejam alcançados pelo maravilhoso evangelho restaurador. Se você não é assim, comece a pedir persistentemente a Deus este tipo de sensibilidade.
DOMINGO, 20 de MAIO
Necessidade de treinamento
(Mt 4:19; Mc 1:17; Mt 28:19)
Todos os que professam serem cristãos, de alguma forma, possuem algum tipo de profissão. Muitos são médicos (a), contadores (a), professores (a), vendedores (a), pedreiros (a), operadores de micro (a), padeiros (a), empresários (a), enfim, qualquer que seja a profissão de um cristão, gostaria que ficasse bem claro que, na verdade, nenhuma dessas funções é na essência a sua verdadeira profissão. A verdadeira profissão não tem nada haver com os trabalhos pessoais desta vida. A verdadeira profissão é ser ganhador de almas, missionários e evangelistas nas mãos de Deus. Isto não é poesia, talvez eu nunca tenha escrito de maneira tão séria em minha vida quanto agora. Todos nós fomos chamados por Deus, vocacionados e capacitados pelo Seu Santo Espírito para sermos homens e mulheres pescadores de homens. Estas funções na vida, médico, contador, professor, vendedor, pedreiro, operador de micro, padeiro, empresário ou qualquer outra função, tudo, absolutamente tudo, não passa de uma espécie de bico na vida, pois Deus sabe que precisamos comer, vestir, e fazer muitas outras coisas que dependam de recursos financeiros, e por isto, Ele nos concede estes bicos. Portanto, nossa verdadeira profissão é sermos missionários no reino de Deus aqui na Terra. No dia em que todos compreenderem este poderoso e significativo fato, com certeza, grandes coisas ocorrerão em nossas vidas e na vida da igreja de maneira coletiva. Agora, o próximo passo, caso isto não esteja ainda acontecendo, é sermos capacitados para realizar a obra de Deus de maneira poderosa. Respeitando os dons concedidos à igreja, sendo capacitados pelo poder do Espírito Santo, treinados pelos líderes e pastores, faremos, uma após outra, grandes revoluções na vida dos que ainda não conhecem a Cristo. Pense nisto, absorva a ideia, e apresente este fato aos membros da sua igreja.
SEGUNDA, 21 DE MAIO
Aprendendo pela observação
(Mt 14:13-21; Mc 6:30-44; Lc 9:10-17; Jo 6:1-14; Leia também Ellen White, DTN, p. 364-371)
Dentro da temática do aprendizado, não temos como fugir do método da observação. É muito mais simples e fácil aprender pelo que observamos do que pelos métodos do ensino através de palavras ditas ou escritas. Todo este comentário que faço semanalmente tem seu devido lugar no aprendizado dos que o leem, no entanto, confesso que, todos aprenderiam mais se fossem alunos da escola da observação. Jesus ensinava os discípulos através das palavras e também através do “vem e vê”. Os discípulos, mais do que qualquer outro grupo de pessoas que já tenha existido na Terra, aprenderam na melhor escola missionária. O próprio Jesus foi o professor das matérias cognitivas (conhecimento) e ao mesmo tempo empíricas (prática, experimento). Eles ouviram dos próprios lábios de Jesus as mais preciosas lições sobre a vida, a verdade e salvação de pessoas. Puderam, além de ouvir a voz do Mestre, comtemplar cada aula transmitida também em vida prática. Os líderes e pastores da igreja, de hoje, precisam compreender este grandioso fato - estar à frente para dar o exemplo. Devem treinar a igreja, capacitá-la com esmero e eficiência, mas, ao mesmo tempo, caso seja necessário, estar à frente, para mostrar na prática, como exatamente fazer. Os demais, com atenção, observar para absorver cada lição transmitida. “Ide ao mundo” é o imperativo da missão a nós concedidos, mas, antes - “vem e vê”. Dizem que as crianças precisam mais observar do que ouvir ou ler, mas, na verdade, até os adultos necessitam deste tipo de metodologia. Aliás, qualquer ser humano aprenderia muito mais se pudesse escrever com os olhos e com o coração.
TERÇA, 22 DE MAIO
Aprender fazendo
(Mt 10:1-14; Lc 10:1-11)
Àqueles que hoje trabalham com informática ou com mecânica de carros, o que destes caso não tivessem os tantos anos de experiência prática? E quanto aos que hoje são bons advogados, será que, se não fosse os anos de experiência prática, seriam bem capacitados? Enfim, os exemplos são muitos, mas a lição é sempre a mesma, aprender fazendo é a melhor metodologia de ensino. Nada se compara a esta pedagogia. Na obra de Deus não é diferente. Deus, ciente desta necessidade, prepara homens e mulheres para serem mestres no ensino, de maneira que levem a sério esta simples regra do ensinamento: 1º - transmitir o conhecimento via palavras, sejam ditas ou escritas; 2º - Transmitir o conhecimento via a observação, “vem e vê”; 3º - e por último, transmitir o conhecimento através da prática. Esta regra é tão eficiente que, mesmo sem professores, muitos podem aprender, com isto acabam se tornando seus próprios professores. Sob este parecer, eu poderia estender meu próprio exemplo, pois, embora eu consiga digitar com os 10 dedos os comentários da lição, sem olhar para o teclado, e com grande rapidez e agilidade, é bom salientar que, jamais fui à escola de datilografia. Há pessoas que falam fluentemente o inglês sem nunca terem ido à uma escola para aprender. Há outros que são bons mecânicos ou operadores de micro sem nunca terem tido um professor. Conheci certa feita, um rapaz que, era programador de software requisitado no eixo EUA e Europa, e pasmem, embora ele seja tão bom, jamais sentou na cadeira de uma escola para aprender. O detalhe é que, todos estes exemplos são interessantes do ponto de vista que, independente de terem tido um professor ou não, levaram a sério o aprendizado, especialmente no tocante ao por em prática o que aprendeu, mesmo que de maneira solitária. No meu caso, por exemplo, aprendi a datilografar quando comprei uma pequena arcaica máquina de escrever e pedi emprestado de um colega um manual de curso de datilografia. Com estas duas ferramentas em mãos, comecei a colocar em prática o que estava aprendendo no manual. Nunca sentei em uma cadeira de escola para adquirir esta habilidade. Mas, independente de eu ter tido um professor ou não, o que somou rigorosamente é o fato de estabelecer a prática do que estava aprendendo. Sem prática, ninguém aprende ou desenvolve nada. Na obra missionária/evangelística não é diferente. Deus deseja nos amadurecer neste sentido concedendo-nos sabedoria, agilidade, capacidade e profissionalismo espiritual através do ensino, da observação, mas principalmente através da prática.
QUARTA, 23 DE MAIO
Aprendendo com as falhas
(1 Pe 5:8; Lc 10:17; Mt 17:14-20)
De muito maior valor do que os resultados é o nosso aprendizado. Você pode ter falhado em alcançar os frutos que tanto ansiou, mas, mais importante do que isto, somente uma situação: quando você aprendeu algo extremamente precioso com ela. Preste bem a atenção, não existe derrota ou fracasso na obra evangelística para os sinceros de coração. Na pior das hipóteses, mesmo que você não tenha dado o seu melhor, ou não tenha se organizado e planejado para tal trabalho missionário/evangelístico, só o reconhecimento e a certeza que precisará agir de maneira mais sensata na próxima vez, se torna motivo de satisfação e de vitória, pois a lição foi absorvida. Uma derrota ou fracasso, no coração dos que desejam fazer o melhor, se tornam ferramentas nas mãos de Deus para nos ensinar lições preciosíssimas que milionário nenhum no mundo seria capaz de pagar ou comprar. Uma das melhores escolas de aprendizado, e que ninguém está disposto a passar, é justamente a escola das falhas. Encarar nossas falhas não é fácil, mas aprender com elas é um dever. Nossa oração ao Senhor deveria ser, que Deus nos ensine as preciosas lições da vida e do ministério, nem que seja por intermédio de nossos erros. Ellen White considera que, o Onipotente faz uso das nossas próprias experiências de vida para nos amadurecer e transformar o coração (MCP, v. 1, p. 17). Deus não se propõe, como por um milagre, inserir em nossa estrutura psicológica, a maturidade, a sabedoria, a eficiência e a capacitação, pois, por sermos homens e mulheres pensantes, racionais, conscientes, com livre arbítrio, para que estas virtudes estejam bem firmadas em nossa estrutura psicológica, elas precisam, pela ação do Espírito Santo, serem marcadas ou impressionadas por um aprendizado baseado no desejo, esforço, labuta e experiências diárias pessoais – e as nossas falhas acabam se tornando as mais preciosas lições pelo fato de elas serem impactantes e dolorosas. Deus ensinou Moisés a ser manso e a depender dEle na escola do sofrimento do deserto. O ensinou a ser paciente fazendo com que cuida-se de ovelhas por quarenta anos. Assim como à Moisés, Sob o mesmo princípio, embora de maneiras diferentes, Deus deseja alicerçar e fundamentar de maneira eficaz os nossos aprendizados, nem que isto aconteça na escola do sofrimento e das falhas.
QUINTA E SEXTA 24 e 25 DE MAIO
Aprendendo com o sucesso
(2Pe 3:9; 1Co 3:6)
O sucesso de um homem (a), na obra missionária, pode ser uma faca de dois gumes. Em outras palavras, a possibilidade de ser ferir com ela é maior. O sucesso missionário poderá conduzir-nos para um aprendizado maior, ou para desaprender lições importantes na vida espiritual.
Aprendizado maior – Quando, através da prática, somos auxiliados pelo Espírito Santo, e, com toda a força de nosso coração e consciência, temos profunda convicção que o sucesso foi outorgado por Deus e que a glória pertence unicamente a Ele, como em um jogo, estaremos aptos a passar para uma nova fase de aprendizado e de maturidade espiritual. Há uma frase muito importante no meio popular que afirma uma verdade inquestionável: “Não nasci para o sucesso, nasci para a fidelidade”. O sucesso aqui sugerido é o brilho ou a glória dos nossos atos que na verdade não nos pertence. A única realidade que deve nos pertencer nesta circunstância é apenas o reconhecimento pelos nossos esforços, mas, lembre-se, “toda a glória” pertence exclusivamente à Deus. Se este reconhecimento se fundamentar em nossas percepções, com certeza, novas dádivas nos serão concedidas sem limites. Guarde bem este pensamento: Deus ampliará nossas fronteiras de acordo com a humildade que adquirirmos.
Lições desaprendidas – Quando damos o nosso melhor e Deus nos auxiliar para alcançar o sucesso, e, por alguma razão, nos esquecemos que foi Deus quem nos habilitou, capacitou e nos amadureceu para alcançar o êxito, começaremos a passar por um processo de dez-ensinamento. A arrogância, soberba e orgulho são as mais imponentes ferramentas de Satanás para impedir nosso progresso de capacitação realizada pelo Espírito Santo. Portanto, se não soubermos lidar com nossas concepções, exercitando a todo momento a plena convicção de que, por melhores que sejamos, não deixamos de ser pó, e que Deus é quem plenamente nos habilita, fatalmente, não duraremos muito tempo na obra de Deus ou jamais alcançaremos um novo sucesso. Quanto maior a arrogância e o orgulho, maior será a queda.
Finalizo dizendo que, com o sucesso podemos aprender a sermos cada vez mais útil nas mãos de Deus, ou aprenderemos a nunca mais ter sucesso como missionário. No entanto, precisamos estar atentos, pois nossas emoções tentam nos trair a todo o momento (Jr 17:9).
[1]Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como constam no livro “Nisto Cremos” e “tratado teológico adventista” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico e colportor efetivo por um ano na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia e cursou extensão em arqueologia do oriente próximo pela UEPB. Gilberto G. Theiss é autor de vários livros e artigos e é inteiramente submisso e fiel tanto à mensagem bíblico-adventista quanto à seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. No entanto Gilberto Theiss faz questão de ressaltar que, toda esta biografia acima é destituída de valor, e que o único currículo valioso que possui é o de Deus, sua família, irmãos e amigos fazerem parte de sua vida. O resto tem o seu devido lugar, porém fora e bem distante do pódio. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br
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